MPF investiga condições de museus e prédios históricos em São Paulo
O objetivo é apurar as condições da estrutura e da segurança anti-incêndio de prédios como o Museu Paulista e o Masp
atualizado
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Depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro e reportagens sobre riscos similares enfrentados por instituições paulistas, o Ministério Público Federal em São Paulo determinou a instauração de um procedimento preparatório para uma investigação preliminar de natureza civil.
O objetivo é apurar as condições da estrutura e da segurança anti-incêndio de prédios como o Museu Paulista, situado no Conjunto do Ipiranga, e o Masp, além do Teatro Municipal e o edifício-sede da Biblioteca Mário de Andrade, entre outras construções.
Essas edificações, diz o MPF, são tombadas ou estão em processo de tombamento pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O órgão destaca que a imprensa mostrou graves problemas estruturais e ausência de auto de vistoria do Corpo de Bombeiros.
A decisão de abertura de procedimento foi da procuradora da República Suzana Fairbanks, responsável pelo inquérito civil público para apurar a regularidade das medidas adotadas e projetos para recuperação do conteúdo museológico do Museu da Língua Portuguesa, destruído também por um incêndio, ocorrido em 21 de dezembro de 2015.
Atenção imediata
Para a procuradora, “os bens tombados da investigação precisam de imediata atenção, pois podem se encontrar em situação análoga à do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e à do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo, tendo em conta a notícia de problemas estruturais em suas instalações e em seus equipamentos de segurança”, disse, em nota da instituição enviada à imprensa.
O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que a deterioração no Museu Paulista é visível do lado externo. O prédio está fechado desde agosto de 2013, após parte do forro ceder mais de 10 centímetros e pedaços do reboco da fachada caírem. Com uma obra de restauro e ampliação prevista, deve reabrir em 2022, nas comemorações do bicentenário da Independência.
O Estado mostrou também que alguns dos principais museus públicos do interior de São Paulo não estão protegidos contra incêndios. Muitos ocupam prédios centenários, com fiação aparente, e contêm material de fácil combustão, como mobiliário, pisos e forros de madeira, telas a óleo e documentação em papel.