MPF cobra do Ministério da Saúde reforço à assistência dos Yanomami
Os povos tradicionais indígenas sofrem com o abandono do combate aos garimpos ilegais na Amazônia
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) cobrou do Ministério da Saúde um plano de reestruturação de atendimento que reforce a assistência à saúde das populações indígenas Yanomami. As unidades do MPF em Roraima e na Amazônia têm mais de 20 ações sobre ataques de garimpeiros, omissão de socorro e morte de indígenas. A intenção é conseguir uma ampliação no quadro de profissionais que atendem na saúde Yanomami.
O MPF recomenda ainda auditoria nas contas do distrito sanitário que cuida da saúde dos indígenas na Amazônia.
As medidas ocorrem após reportagem do Fantástico, da Rede Globo, revelar que os povos tradicionais indígenas sofrem com o abandono e a inação do Executivo federal no combate aos garimpos ilegais, que ameaçam a sobrevivência e continuidade das comunidades indígenas da Amazônia.
O telejornal mostrou a situação precária na maior reserva indígena do país: crianças desnutridas, doentes e sem atendimento médico.
A invasão ilegal das terras tem alterado a rotina dos indígenas. Com rios e lagos poluídos pela ação dos garimpeiros, os povos originários enfrentam dificuldades para conseguir caçar e pescar – práticas que asseguram a alimentação das comunidades locais.
Atualmente, a reserva é ocupada por 30 mil indígenas, espalhados em mais de 300 comunidades.
No STF
Também nesta segunda-feira (15/11) o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que acionará o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em razão das denúncias quanto à negligência da atual gestão no atendimento às populações indígenas Yanomami.
Randolfe quer que o ministro Luís Roberto Barroso, que já relata uma ação sobre a omissão do governo federal no atendimento a indígenas na pandemia, determine que o governo apresente em 10 dias um plano de socorro aos Yanomami.