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MPF aciona empresa que vende NFTs de terra indígena na Amazônia

Empresa deve apresentar os títulos de propriedade das terras que alega possuir no município de Pauini, no sul do Amazonas

atualizado

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DIDA SAMPAIO/AE
FLORESTA AMAZÔNICA
1 de 1 FLORESTA AMAZÔNICA - Foto: DIDA SAMPAIO/AE

A empresa Nemus deve apresentar ao Ministério Público Federal (MPF), em 15 dias, documentos que comprovem a propriedade das áreas, autorização para negociação e realização de consulta aos povos indígenas afetados pela sua atuação. A corporação vende tokens não fungíveis (NFTs) de áreas de floresta nos municípios de Pauini, no sul do Amazonas.

Em seu site, a companhia afirma que os compradores das NFTs ajudarão a impedir o avanço do desmatamento na região. Contudo, segundo o MPF, a Nemus não explica como a aquisição dos tokens auxiliaria nisso. A empresa alega ter a propriedade de 41 mil hectares de floresta no estado.

O Ministério Público determinou que a empresa deverá esclarecer como funcionam os projetos divulgados em seu site e o tipo de exploração que pretende realizar na região de Pauini, apresentando eventual documento, autorização pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ou outro órgão público para atuação na área.

O caso será acompanhado pelo MPF por meio de um procedimento administrativo.

A venda de NFTs das áreas de floresta em Pauini foi relatada ao MPF por lideranças do povo indígena Apurinã, que tradicionalmente ocupa o território indígena reivindicado Baixo Seruini/Baixo Tumiã.

O processo de demarcação do local, entretanto, ainda não foi finalizado. Por conta disso, os indígenas têm relatado a violação de direitos, incluindo pressões realizadas pela Nemus.

De acordo com os indígenas, a empresa manifestou interesse em explorar os castanhais localizados dentro do território indígena, com a abertura de pista de pouso e estrada entre o rio Seruini e o município de Pauini, utilizando máquinas pesadas, mas sem apresentar mais esclarecimentos, documentos ou autorizações dos órgãos públicos para esse tipo de pratica.

O Metrópoles entrou em contato com a empresa Nemus, mas não obteve respostas. O espaço segue aberto para possíveis esclarecimentos.

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