MPF abre investigação sobre ação na Vila Cruzeiro que deixou 22 mortos
Polícia Federal e PRF deverão informar o protocolo da ação policial no Rio e dar detalhes sobre busca de suspeitos que motivaram a operação
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento de investigação criminal para apurar a legalidade da operação policial realizada na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (24/5), que deixou ao menos 22 pessoas mortas. O número pode subir, já que a ação prossegue.
O MPF informou que foi avisado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) que a operação ocorreria, em conjunto com a Polícia Militar, com o objetivo de capturar criminosos do Comando Vermelho atuantes nas comunidades do Rio.
Agora, entretanto, o órgão quer saber detalhes de como se deu a ação, como as mortes ocorreram, quantos e quais agentes participaram e se os mandados de prisão foram cumpridos. O MPF notificou os superintendentes da Polícia Federal e da PRF, e também pediu informações sobre a ação penal e os inquéritos policiais que motivaram os pedidos de prisão dos suspeitos.
Ao abrir a investigação, o procurador da República Eduardo Benones, do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio de Janeiro, relembrou outras operações que deixaram mortos e destacou que é preciso investigar violações de direitos humanos.
“Em 11 de fevereiro deste ano, no mesmo lugar, houve oito vítimas fatais em operação com participação da PRF. O Brasil é signatário de tratados e acordos internacionais que nos obrigam a investigar e punir violações de direitos humanos. E 21 mortos, até agora, em menos de três meses, não podem ser investigados como se fossem simples saldo de operações policiais”, afirmou.
Na tarde desta terça, o coronel da PM Luiz Henrique Pires pontuou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de limitar operações nas favelas durante a pandemia da Covid-19 acentuou a migração de bandidos para a capital fluminense.
“A gente começou a reparar essa movimentação, essa tendência deles de migração para o Rio, a partir da decisão do STF”, afirmou. “A tendência do esconderijo deles é fruto dessa decisão do STF, que limitou a ação das forças policias.”