MP pede quebra do sigilo de telefones, tablet e computador de Crivella
Para o órgão, o prefeito afastado “tem atuado de forma a obstruir, sorrateiramente o acesso a provas”. Ele cumpre prisão domiciliar
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou nesta quinta-feira (31/12) a quebra do sigilo dos dados de três telefones celulares, um tablet e um computador, apreendidos no apartamento do prefeito afastado do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos).
Na justificativa do pedido, o MPRJ afirma que Crivella “tem atuado de forma a obstruir, sorrateiramente, o acesso a provas, inclusive por meio de expedientes maliciosos”. As informações são do portal G1.
Para o MPRJ, há “indícios suficientes indicando que Crivella se valeu de informações privilegiadas, obtidas de forma criminosa” da segunda fase da Operação Hades, em 10 de setembro, quando o prefeito foi alvo de busca e apreensão. A primeira etapa foi deflagrada em março.
Os promotores ressaltam que, naquela manhã de setembro, um porteiro revelou que Crivella havia acabado de chegar em casa, “tendo passado a noite em endereço ainda não revelado”.
O MPRJ anexou ao pedido imagens das câmeras da portaria do condomínio de Crivella, “comprovando que ele havia regressado à sua casa poucos minutos antes da chegada das equipes policiais”.
Aparelho errado
No pedido, o MPRJ narra que, em 10 de setembro, a equipe solicitou que Crivella entregasse seu telefone celular. O prefeito, então, “ofertou um iPhone 7 que estava desligado e repousava sobre a sua mesa de cabeceira”, mas se negou a fornecer a senha de desbloqueio do aparelho.
A análise do conteúdo, segundo o MPRJ, “evidencia que tal celular não era o seu aparelho de uso pessoal”. “Crivella entregou, deliberadamente, um aparelho usado por terceiros como se fosse o seu próprio, com o inequívoco intuito de perturbar e obstruir o bom andamento da investigação”, disse.
A análise dos dados mostra que tratava-se de um telefone funcional usado por algum assessor, já que as ligações feitas por ele aconteceram predominantemente na região da Cidade Nova, onde fica a sede da Prefeitura do Rio.
De acordo com os promotores, existem evidências de que um dos telefones celulares, que estava em posse da primeira-dama, Sylvia Jane, teria sido dado ao prefeito afastado por Rafael Alves, outro dos investigados.
Os aparelhos cujo sigilo o MPRJ quer quebrar foram apreendidos no último dia 23 de dezembro, antes de Crivella seguir para prisão domiciliar. Ele foi preso no dia 22 em uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o MP-RJ.
Prisão de Crivella
Por determinação da desembargadora Rosa Helena Macedo, o prefeito afasto do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foi preso na manhã da última terça-feira (22/12) acusado pelo Ministério Público (MPRJ) de chefiar o chamado “QG da Propina”.
No mesmo dia, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deferiu liminar e substituiu a prisão preventiva do político pelo regime domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Além da prisão e do afastamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, Crivella está proibido de manter contato com terceiros, terá de entregar seus telefones, computadores e tablets às autoridades e não poderá sair de casa sem autorização.