MP pede prisão de PMs suspeitos de espancar e matar jovem com câncer
Soldados bateram com a cabeça de vítima contra muro de concreto “chapiscado com pedras”, segundo investigação. Testemunhas pedem sigilo
atualizado
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Goiânia – O Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu, na terça-feira (7/12), as prisões preventiva de dois soldados da Polícia Militar de Goiás (PMGO) pela morte do barbeiro Chris Wallace da Silva, de 24 anos. O jovem foi espancado até ficar gravemente ferido, com traumatismo craniano, em 10/11. Ele morreu após seis dias internado.
Segundo as investigações, Chris e um amigo andavam por uma rua do bairro Fidélis, em Goiânia, quando foram abordados e agredidos pela dupla de militares. Os amigos teriam sido espancados pelos policiais, mas o barbeiro sofreu mais violência.
Um dos soldados bateu com a cabeça de Chris contra um muro de concreto “chapiscado com pedra”. Para completar a crueldade, a vítima tinha o diagnóstico de câncer nos ossos. As agressões, conforme se apurou, continuaram mesmo depois dele ter falado que tinha a doença.
Sigilo e medo
Durante as investigações foram ouvidas cinco testemunhas de forma sigilosa, que preferiram não revelar suas identidades. Os pedidos de prisão e denúncia dos policiais militares foram assinados por quatro promotores.
Uma das testemunhas relatou que foi abordada por policiais no dia do crime, que tiraram uma foto de seu CPF. Além disso, recebeu uma ligação de uma pessoa dizendo ser policial e perguntando sobre o caso, além de uma chamada de número restrito que foi desligada quando atendeu.
Várias testemunhas reconheceram os soldados Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz de Brito como os responsáveis pela abordagem violenta que levou à morte de Chris. Eles permaneceram em silêncio durante depoimento na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH).
O MPGO pediu que os dois sejam denunciados por homicídio qualificado, já que houve motivo torpe e foi utilizado recurso que dificultou a defesa da vítima. O pedido do Ministério Público segue a linha do relatório final da Polícia Civil, que também pede as prisões dos soldados.
O Judiciário não tinha julgado o pedido de prisão até as 17h20 desta quarta-feira (8/12).