MP: “mesada” a “fantasmas” de Flávio Bolsonaro era de R$ 300 a R$ 1,9 mil
O dinheiro pago pela Alerj a essas funcionárias seria devolvido a Fabrício Queiroz através de operações similares, apontam as investigações
atualizado
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No depoimento que a ex-assessora do senador Flávio Bolsonaro Luiza Sousa Paes prestou ao Ministério Público do Rio de Janeiro, ela admitiu que devolvia mais de 90% de seu salário ao gabinete do então deputado estadual e ficava apenas com R$ 700.
A partir do cruzamento de dados bancários, a promotoria identificou variações do que foi considerado como uma “mesada” retirada pelas ex-assessoras antes da devolução dos salários, com valores entre R$ 300 e R$ 1,9 mil. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a denúncia, o dinheiro pago pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a essas assessoras era devolvido a Fabrício Queiroz através de operações similares: salários e benefícios eram sacados das contas bancárias e repassados ao assessor de Flávio através de depósitos em dinheiro vivo, sem origem identificada.
O Ministério Público classificou o valor que essas funcionárias mantinham para si depois do repasse como “mesada”. Luiza informou que reteve inicialmente R$ 700 reais do esquema ilegal. Esse valor chegou a R$ 800 a partir de 2013.
Situações iguais
Luiza também informou durante o depoimento que conheceu outras pessoas nomeadas no gabinete de Flávio que viviam situação semelhante à dela. Ela citou a personal trainer Nathália Queiroz, filha do operador financeiro, e Sheila Coelho de Vasconcelos, outra ex-assessora.
Outra assessora fantasma acusada é Flávia Regina Thompson da Silva, nomeada entre abril de 2007 e dezembro de 2017. Com ela, o MP apreendeu anotações que podem comprovar a participação no esquema da “rachadinha”.
Flávio, Queiroz e outras 15 pessoas foram denunciados por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Entre os alvos, estão Nathália de Melo Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz, filhas mais velhas de Queiroz, e Márcia de Oliveira Aguiar, mulher dele. Ambas operavam da mesma maneira que Luiza.