MP: jovem morta após oferecer carona pelo WhatsApp foi estuprada
Segundo denúncia, o suspeito responderá por latrocínio, estupro, ocultação de cadáver e fraude processual
atualizado
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O suspeito de ter matado a radiologista Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, na zona rural de Frutal, no Triângulo Mineiro, após agendar uma carona com a jovem por meio de um grupo no WhatsApp, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O acusado responderá por latrocínio, estupro, ocultação de cadáver e fraude processual, com agravantes de ser reincidente e de ter cometido o crime por meio cruel, em estado de embriaguez preordenada e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. A informação é do jornal O Popular.
De acordo com a apuração do inquérito policial, Jonathan Prado, foragido desde 2017 do sistema prisional, passou a participar de grupos do aplicativo WhatsApp integrados por pessoas interessadas em compartilhar despesas de viagens entre os municípios de Campina Verde/MG, Itapagipe/MG e São José do Rio Preto/SP.
No dia 21 de outubro, Kelly anunciou no grupo que pretendia ir de São José do Rio Preto/SP até Itapagipe/MG, na véspera do feriado de Finados. Ciente da postagem, o autor do latrocínio, no dia 31 daquele mês, por meio de um nome falso, entrou em contato com a radiologista e manifestou interesse pela carona, afirmando que iria com a namorada. “O réu induziu a vítima a erro com o propósito de levar a cabo os crimes que seriam praticados em subsequência, objetivando, covardemente, que a jovem não temesse viajar apenas com ele”, diz trecho da denúncia oferecida pela Promotoria de Justiça de Frutal.Segundo as investigações, na data acertada, por volta das 18h35, após consumir cocaína e bebida alcoólica, com o intuito de encorajar-se à execução do plano, munido de uma corda, Jonathan encontrou com a vítima. Antes de seguir viagem, o acusado avisou que sua namorada não poderia viajar naquele dia e que seguiria sozinho.
Durante o trajeto, após pedir à vítima que parasse o carro, atacou a jovem e deu uma gravata para desmaiá-la. Conforme a denúncia, ele retirou a vítima com vida do banco traseiro do carro e a arrastou por alguns metros até o matagal, onde praticou estupro contra a jovem, consistente em “contemplação lasciva ou com a prática de atos libidinosos que não deixaram vestígios”.
“A fim de evitar que a vítima o reconhecesse futuramente e para possibilitar que seus bens fossem subtraídos sem resistência, o executor comprimiu a corda que estava amarrada ao pescoço da jovem, executando-a cruelmente por asfixia mecânica decorrente de enforcamento”, finaliza a denúncia. O MPMG acrescenta que o corpo de Kelly foi lançado às margens do Ribeirão Marimbondo, em local de difícil acesso, como forma de ocultação.
Receptação
A denúncia aponta que, na manhã do dia seguinte ao crime, o denunciado foi até a estrada rural que liga Mirassol/SP ao Distrito de Mirassolândia, na região denominada Barra Grande, e contatou seu primo para que este adquirisse parte dos bens retirados da jovem, como pneus e rodas do veículo, bolsas, perfume, sapatos, chinelos e um aparelho “toca-cds”. No mesmo dia, à tarde, um terceiro homem comprou o celular da vítima. Os dois foram denunciados por receptação de produtos do crime.
O autor da morte da radiologista e um dos homens que compraram os pertences de Kelly estão presos no Presídio da Comarca de Frutal.