MP investiga ligação de empresários com bloqueios de rodovias em Goiás
Segundo o órgão, ações tem cunho antidemocrático e extrapolaram o direito de liberdade, expressão e reunião, já que bloquearam rodovias
atualizado
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Goiânia – O Ministério Público de Goiás (MPGO) investiga a ocorrência de atos antidemocráticos em Jataí, no sudoeste do estado, em função da derrota de Jair Bolsonaro (PL) na eleição do último dia 30. Após uma semana do pleito, a promotoria apura grupos que teriam patrocinado bloqueios de rodovia. Entre eles, um formado por empresários.
Os promotores Fabrício Lamas Borges da Silva, João Bife Júnior e Lucas Otaviano da Silva afirmam que, desde o resultado das eleições, as ações investigadas ultrapassam o direito de liberdade de expressão e de reunião. Segundo eles, os manifestantes bloquearam a rodovia que liga a cidade a Brasília (DF), além de pedirem pelo fim do direito de voto e do Estado Democrático de Direito.
De acordo com o MPGO, entre os membros do grupo estariam proprietários de empresas que suspenderam as atividades e determinaram que os funcionários participassem dos atos irregulares. Os protestos também incluem ofensas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ainda de acordo com o órgão, a investigação tem como objetivo verificar se houve, de fato, dano moral coletivo, por meio de suposta lesão na esfera moral da comunidade, mas também coibir novas manifestações que extrapolem os limites constitucionais.
O ex-presidente Lula (PT) venceu o segundo turno das eleições em 30 de outubro com 60,3 milhões de votos, contra 58,2 milhões de Bolsonaro. Desde então, bolsonaristas insatisfeitos passaram a realizar atos antidemocráticos pelo país, além de promover a disseminação de fake news.