MP estima que miliciano Adriano transferiu mais de R$ 400 mil para Queiroz
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi preso por suspeita de “rachadinha”. Ele estava escondido na casa do advogado do clã Bolsonao
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro estima que o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como Capitão Adriano, possa ter transferido mais de R$ 400 mil para as contas do ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz. A informação consta em relatório do MPRJ.
Capitão Adriano foi morto em fevereiro deste ano pela polícia da Bahia, no município de Esplanada. Era apontado por investigadores do Rio como chefe do Escritório do Crime, grupo de pistoleiros da milícia na zona oeste da capital fluminense.
A ex-mulher do miliciano Danielle Mendonça da Nóbrega e sua mãe, Raimunda Veras Magalhães, eram empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Juntas as duas receberam R$ 1 milhão em salários e devolveram pelo menos R$ 202 mil em transferências identificadas para conta de Queiroz e outros R$ 200 mil ainda não identificados.
O suposto repasse de R$ 400 mil de Adriano para Queiroz foi apontado como um de dois aspectos da relação de Queiroz com grupos paramilitares, ligados à parte econômica, em razão de um suposto enriquecimento associado à milícia carioca.
O outro aspecto destacado pelos investigadores é político e foi levantado a partir de suposta “influência” exercida pelo ex-assessor entre os grupos de milicianos.
Prisão
Queiroz foi preso nesta quinta-feira, em Atibaia (SP), durante a Operação Anjo, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP). A residência em que o ex-assessor foi encontrado pertence ao advogado Frederick Wassef, que representa o presidente Jair Bolsonaro e Flávio em processos.
Queiroz foi assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ele é investigado e teve a prisão preventiva decretada por suspeita de participação em um esquema esquema de “rachadinha”.
De acordo com a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e de um investimento em imóveis.