MP do Rio prorroga força-tarefa que investiga operação no Jacarezinho
Trabalhos se estenderão por mais quatro meses. Ação que terminou com 28 mortos é considerada a mais letal da história
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prorrogou, por mais quatro meses, a força-tarefa que investiga a operação na comunidade do Jacarezinho, na zona norte da cidade, considerada a mais letal da história do estado. A informação foi divulgada pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo, e confirmada pelo Metrópoles.
O grupo foi anunciado em 11/5, cinco dias após a ação policial que terminou com 28 mortos. A prorrogação se deu para que “as investigações tenham continuidade”, de acordo com o MP.
A Operação Exceptis contou com a participação de 250 policiais civis e resultou nas mortes de 27 suspeitos, dois sem ficha criminal, e do agente André Leonardo Mello Frias, 48 anos. A força-tarefa, coordenada pelo promotor de Justiça André Luis Cardoso, tem como objetos de investigação, além das mortes, sete tentativas de homicídio – cinco contra policiais e duas contra passageiros atingidos dentro do metrô – e fraude processual.
Em audiência das comissões de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizada na sexta-feira (3/9), o coordenador de Segurança Pública do MPRJ declarou que 39 testemunhas já foram ouvidas, mas, ainda assim, há dificuldade em localizar estas pessoas.
“Já realizamos 100 buscas ativas para localizar testemunhas e informantes. Porém, o acesso não está sendo fácil, é nossa grande dificuldade. Firmamos um termo de cooperação com a Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo para auxílio nas perícias técnicas”, afirmou.
Na ocasião, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, deputada Dani Monteiro (PSol), ressaltou que operações como a do Jacarezinho se originam na ausência do governo estadual em favelas.
“Muitas vezes, nossas favelas só conhecem a linha militarizada do Estado. O Estado precisa estar mais presente nas favelas e comunidades com outros setores. A operação não começou no dia 6 de maio. Começou com a ausência do Estado”, afirmou a deputada.