MP do Rio faz operação contra facção que movimentou R$ 200 milhões
Com apoio da polícia, agentes cumprem 25 mandados de busca e apreensão em 10 cidades de cinco estados diferentes
atualizado
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do RJ identificaram um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho, a maior facção do tráfico do estado. Foram cinco anos de investigações.
Essa rede de pessoas físicas e jurídicas, muitas de fachada, foi alvo da Operação Overload 2, deflagrada nesta quinta-feira (17/9). De acordo com a força-tarefa, em pouco mais de um ano, 10 CPFs e 35 CNPJs movimentaram R$ 200 milhões, com ordens que partiam de dentro dos presídios.
Agentes cumprem 25 mandados de busca e apreensão em 10 cidades de cinco estados diferentes. Os endereços visados na capital são em Ramos e na Penha.
O dinheiro das atividades criminosas era depositado nas contas dessas empresas e “transformado” em salários ou lucro, dando uma aparência de legalidade. Segundo o MP, era assim que ocorria a lavagem de dinheiro.
No transcorrer da investigação, foram detectadas inúmeras negociações de vendas de armas e drogas pela organização criminosa, sendo identificadas diversas contas bancárias envolvidas na transação.
As pessoas jurídicas utilizadas na atividade criminosa ficavam localizadas em quatro estados: Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Algumas delas sequer tinham sede própria ou funcionários cadastrados.
Também foram cumpridos mandados em Campo Grande (MS), Ponta Porã (MS), Curitiba (PR), Araucária (PR), Guarapuava (PR), Ponta Grossa (PR), São José dos Pinhais (PR), Belo Horizonte (MG) e Mafra (SC).
Na primeira fase da operação, em junho de 2015, mais de 400 policiais participaram e prenderam nove pessoas. Na época, a polícia descobriu que somente na Baixada Fluminense, o faturamento mensal da quadrilha ultrapassou mais de R$ 7 milhões.
Ao fim das investigações, a Justiça condenou 61 traficantes da cúpula do Comando Vermelho. Alguns agiam, inclusive, de dentro de presídios federais. Os chefes presos na primeira operação, mesmo de dentro do presídio, continuam dando ordens para a quadrilha.