MP abre investigação sobre caso de mãe que sofreu amputação após parto
Gleice Kelly da Silva, de 24 anos, se internou para dar à luz e seis dias depois teve mão e punhos amputados. Caso aconteceu no Rio
atualizado
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O Ministério Público do Rio (MP-RJ) vai abrir uma investigação sobre o caso de Gleice Kelly da Silva, de 24 anos. A jovem mãe se internou no Hospital da Mulher Notre Intermédica de Jacarepaguá, zona oeste do Rio, para dar à luz por parto normal. Seis dias após dar à luz, ela perdeu a mão e o punho.
O MP-RJ foi acionado pela Polícia Civil, que também abriu um inquérito após a denúncia da vítima. A diretoria do hospital onde foram feitos os procedimentos seria ouvida nesta quinta-feira (19/1). A oitiva foi adiada a pedido da defesa da empresa.
A liderança regional médica foi afastada da unidade, mas nomes não foram divulgados. Não ficou claro se o afastamento foi de uma pessoa ou um grupo que coordenaria a unidade.
Além do MP-RJ, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) afirmou a abertura da sindicância sobre o caso. “Neste momento, o Conselho está verificando os fatos junto aos responsáveis técnicos do grupo NotreDame Intermédica. Após a conclusão da sindicância, um processo ético-profissional (PEP) poderá ser instaurado para julgar o ocorrido”, diz o texto. No texto, o conselho ainda reiterou que o caso “será apurado com rigor e celeridade”.
Relembre
Gleice Kelly da Silva deu entrada na maternidade privada da zona oeste do Rio no início deste mês, para dar à luz ao seu terceiro filho. “Para mim, está sendo um recomeço. Porque eu estou me refazendo. Eu tive a minha mão por 24 anos. Fui apenas ganhar um bebê e voltar sem ela, para mim, foi um pouco estranho. Para qualquer pessoa”, disse a vítima à TV Globo.
Diferente dos outros partos, ela sofreu uma hemorragia e, devido à complicações no pós-natal, começou a receber medicamentos por acesso venoso no braço esquerdo. A jovem começou a sentir fortes dores no local durante o procedimento. A mão da jovem começou a ficar roxa e inchada. A piora no quadro da paciente levou o hospital a pedir sua transferência para outro hospital da mesma rede, localizado em São Gonçalo.
“A mão da minha filha estava ficando roxa e muito inchada. E aí perguntei o que iam fazer com aquilo. A única coisa que estavam fazendo é uma bolsa com gel, botava no micro-ondas, esquentava, e dava para ela. E a minha filha reclamando que estava queimando”, afirmou a mãe da paciente, Kelly Cristina dos Santos.
A família recebeu a notícia de que a mão da jovem seria amputada três dias depois do nascimento do terceiro filho. O agravamento fez com que a mulher passasse 17 dias internada, longe do recém-nascido.
Sem respostas sobre as causas que levaram à amputação da mão da mulher, a família da vítima entrou com ação judicial na justiça e acredita que houve “uma sequência de erros” dos médicos.