metropoles.com

Movimentos negros pedem que DPU investigue defensor por ação contra Magalu

Entidades afirmaram que Jovino Bento Júnior foi desleal com a Defensoria e age contra os interesses que deveriam ser defendidos pelo órgão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
Rede Magazine Luiza
1 de 1 Rede Magazine Luiza - Foto: Divulgação

Movimentos negros apresentaram, nesta quarta-feira (7/10), uma representação à Corregedoria da Defensoria Pública da União (DPU) contra o defensor que pediu que a Magazine Luiza seja multada em R$ 10 milhões por causa do programa de trainee exclusivo para candidatos afrodescendentes.

A representação foi protocolada por grupos como a Associação de Mulheres Negras Aqualtune, o Coletivo Yaa Asantewaa, a Educafro, o Movimento Negro Unificado e o Instituto Nacional Afro-origem, sob a articulação do advogado Marivaldo de Castro Pereira e da jornalista Ana Claudia Mielke.

As entidades pedem que a DPU abra uma apuração contra o defensor autor da ação, Jovino Bento Júnior, e que o órgão desista do processo.

Os grupos afirmam que Jovino Júnior foi desleal com a Defensoria e que a ação que apresentou é um ato de “sabotagem dos interesses que deveriam ser defendidos pela instituição que o remunera”.

Os movimentos também dizem que o defensor ignorou a grave situação de vulnerabilidade da população negra.

“Num malabarismo jurídico absolutamente desleal e desonesto, o defensor público federal lança mão dos avanços alcançados na jurisprudência no combate ao racismo e à discriminação racial para atacar a política afirmativa lançada pela empresa para inclusão da população negra, grupo historicamente excluído em nossa sociedade”, diz trecho do documento.

Veja a íntegra da representação:

Representação Corregedoria DPU by Metropoles on Scribd

DPU já se manifestou

A Defensoria Pública da União (DPU) chegou a se manifestar após o defensor acionar a Justiça contra o programa da Magalu. Segundo o órgão, os defensores possuem autonomia e, por isso, adotam posturas distintas dentro da instituição.

Apesar disso, a DPU defendeu a política de cotas. “Constitui-se em forte instrumento para a realização dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade livre, justa e solidária, reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, diz trecho.

Entenda

Bento Júnior entrou com uma ação civil pública na Justiça do Trabalho contra o Magazine Luiza por conta do que chamou de “marketing da lacração”, por causa de um programa de trainees voltado exclusivamente para negros.

O autor da petição alega que a iniciativa não é necessária, porque existem outras maneiras para atingir o mesmo objetivo da inclusão social. Além disso, afirma que acarretaria uma imensa desproporção entre ônus e bônus, que seria arcada por milhões de trabalhadores.

O processo cobra R$ 10 milhões de indenização por danos morais pela “violação de direitos de milhões de trabalhadores (discriminação por motivos de raça ou cor, inviabilizando o acesso ao mercado de trabalho)”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?