Movimento negro pede indenização de R$ 40 mi à Zara por racismo
O pedido leva em consideração as acusações da delegada que alega ter sido barrada em uma das lojas da rede de Fortaleza
atualizado
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Entidades do movimento negro ingressaram na Justiça do Ceará contra a rede de lojas Zara, pedindo R$ 40 milhões de indenização por dano moral coletivo. A informação é do portal Uol.
A ação se baseia na denúncia feita por uma delegada de Fortaleza que considerou ter sofrido discriminação racial ao ter sua entrada barrada em uma das loja da rede por um funcionário.
Os autores da ação são a Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos.
O caso
O suposto caso de discriminação teria acontecido na noite do dia 14 de setembro.
Ana Paula Barroso, que também é diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Ceará, relatou à polícia que o funcionário a teria impedido de entrar na loja alegando “determinação da segurança do shopping”.
Ela então questionou o funcionário, identificado no documento como gerente, se estava sendo barrada por estar comendo sorvete. Ele teria apenas repetido várias vezes que era uma determinação da segurança do shopping.
A delegada conta que, em seguida, procurou a equipe de segurança do centro comercial e relatou o ocorrido. Diz que questionou se podia ter sido barrada por estar comendo, mas teria ouvido de três que não havia determinação nesse sentido.
“Política de branqueamento”
Na ação, protocolada na 15ª Vara Cível de Fortaleza, as entidades cobram uma indenização de R$ 40 milhões por dano moral coletivo.
“Entendemos que isso tudo está dentro do contexto discriminatório que acompanhamos nacionalmente. Não é um ponto isolado da Zara. Existe uma posição do comércio, especialmente das lojas situadas em shoppings, em lugares ‘sofisticados’, em que há evidentemente uma política de branqueamento da clientela”, diz trecho da ação.