Movimento negro faz vigília em homenagem a Kathlen Romeu em SP
Cerca de 100 manifestantes participam do ato, no vão do Masp, e pedem “justiça” por Kathlen e “basta ao genocídio negro”
atualizado
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São Paulo – Militantes do movimento negro realizam no vão do Masp, em São Paulo, nesta sexta-feira (11/6), uma vigília em memória de Kathlen Romeu, grávida de 24 anos assassinada durante operação policial no bairro Lins Vasconcelos, zona norte do Rio de Janeiro, na terça-feira (8/6).
O protesto, que reúne cerca de 100 pessoas, também homenageia o desenhista e pedreiro Gilberto Amancio de Lima, o Gibinha, 30 anos, morto em 14 de maio com seis tiros por policiais de São Paulo. Na ocasião, ele iria tatuar um amigo na Favela da Felicidade, localizada no bairro Jardim São Luís, na zona sul da capital paulista.
Os manifestantes carregam velas acesas e exibem faixas pedindo “justiça” por Kathlen e Gibinha e “basta ao genocídio negro”. O ato é encabeçado pela Coalizão Negra por Direitos, que reúne 200 organizações, grupos e coletivos do movimento negro.
Durante breve discurso, Regina Lucia dos Santos, criadora do Movimento Negro Unificado, disse que não aguenta mais chorar as mortes do povo negro.
“Para mim é sempre muito triste vir pra rua falar sobre o nosso direito de viver. É sempre muito triste que eu, aos 63 anos de idade, com meu companheiro de 73, tenhamos que sair de casa pra dizer que a nossa juventude, que nosso povo tem direito à vida”, afirmou Regina.
Ela seguiu: “Que país é esse? Que mata uma jovem de 24 anos na porta da casa da avó. Pelo simples fato de que são negros. Pelo simples fato de que este governo nega o povo negro, pobre e de periferia o direito a uma vida digna, o direito a aproveitar o seu amor. Uma esperança de vida não se concretizar por que este país é racista.”