Movimentação financeira de condenado por bomba no DF é incompatível
George Washington Sousa é responsável por tentativa de atentado em Brasília e foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão
atualizado
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A movimentação financeira do responsável pela tentativa de atentado a bomba próximo ao aeroporto de Brasília, George Washington Sousa, é considerada incompatível com o patrimônio declarado pelo suspeito, além de ter indícios de financiamento ao terrorismo, de acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Entre março e dezembro do ano passado, as contas de George Sousa registraram movimento de R$ 749 mil — cerca de R$ 369 mil apenas no cartão de débito, de acordo com relatório do Coaf.
“O volume transacionado em sua conta dentro do período da análise excede sua capacidade financeira, sendo que algumas operações específicas apresentam atipicidades potencialmente relacionadas à compra de armamentos”, teria relatado o órgão no documento. As informações são do O Globo, que teve acesso ao relatório.
A renda declarada de Sousa à Justiça do Distrito Federal era, em média, de R$ 4 mil a 5 mil, além de afirmar que trabalhava como gerente de postos no interior do Pará. Ele também admitiu à Polícia Civil ter gastado R$ 160 mil na aquisição de armas e munições.
Na casa dele, foram encontrados armamentos trazidos do Pará a Brasília. Sousa acabou condenado a 9 anos e 4 meses de prisão e cumpre pena desde dezembro do ano passado.
Sobre o Coaf
O Coaf é um dos órgãos que visam a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro, sendo considerada a autoridade central da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) do país. Foi criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.
Relembre o caso da bomba em Brasília
Na véspera do Natal de 2022, equipes da Polícia Militar (PMDF) e do Corpo de Bombeiros (CBMDF), com apoio da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil (PCDF), se mobilizaram em área próxima ao Aeroporto de Brasília para desarmar uma bomba com potencial de provocar sérios danos à região ou “uma tragédia”, como definiu o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, à época.
A bomba estava acoplada a um caminhão-tanque e só não foi acionada por erro técnico. A polícia identificou e prendeu o suspeito de tentar explodir o artefato no mesmo dia. O empresário que planejou o atentado em Brasília foi identificado como George Washington Oliveira Sousa. Logo em seguida, outros dois nomes foram apontados como participação no crime.