Mourão sobre nova GLO: “Governo não está de braços cruzados”
Decreto que autoriza uso das Forças Armadas na Amazônia foi publicado na segunda-feira (28/6). Militares ficarão na região até agosto
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que o novo decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) autorizando o uso das Forças Armadas na Amazônia mostra que o governo “não está de braços cruzados, assistindo aos crimes ambientais avançarem” na região.
O decreto determina nova operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) entre 28 de junho e 31 de agosto deste ano. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira (28/6). A nova operação de GLO terá como objetivo coibir os delitos ambientais, com ênfase para o desmatamento ilegal.
“O foco será restringir o desmatamento ao índice que é permitido pela legislação vigente, no caso específico o Código Florestal Brasileiro. Nosso país tem que mostrar ao mundo que sabe cuidar da Amazônia, de sua floresta, de suas riquezas e, acima de tudo, de sua população”, afirmou Mourão em comunicado à imprensa nesta terça-feira (29/6).
O vice-presidente preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), órgão responsável pela coordenação e acompanhamento da implementação das políticas públicas voltadas para a região amazônica.
O governo federal já empregou militares na Amazônia em duas oportunidades: uma em 2019 e outra entre 2020 e 2021, nas Operações Verde Brasil 1 e 2, respectivamente.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o total de focos de queimadas registrados na Amazônia Legal em maio deste ano foi 49% maior que o registrado no mesmo mês de 2020. O número é ainda 34,5% superior à média histórica do mês.
Além das queimadas, a Amazônia ainda enfrenta recorde de desmatamento há três meses consecutivos. Até o dia 28 de maio, a região tinha 1.180 km² de área sob alerta de desflorestação, o maior número para o mês desde 2016. Os dados também são do Inpe.
Desta vez, a ação das Forças Armadas será restrita à repressão de delitos ambientais e ocorrerá apenas em municípios com situação mais problemática, onde há registro de maior incidência de ilícitos. Os militares atuarão em conjunto com órgãos e entidades de proteção ambiental e de segurança pública.
A área de atuação compreenderá um total de 26 municípios, assim distribuídos:
- Amazonas: Apuí; Boca do Acre; Canutama; Humaitá; Lábrea; Manicoré; e Novo Aripuanã.
- Mato Grosso: Apiacás; Aripuanã; Colniza; Cotriguaçú; Marcelândia; Nova Bandeirantes; Peixoto de Azevedo; e Paranaíta.
- Pará: Altamira; Itaituba; Jacareacanga; Novo Progresso; São Félix do Xingu; e Trairão.
- Rondônia: Candeias do Jamari; Cujubim; Itapuã do Oeste; Machadinho D’Oeste; e
Porto Velho.