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Mourão diz que não existe racismo no Brasil após morte de negro no Carrefour

Vice lamentou caso, mas disse que “querem importar racismo para o Brasil”. João Alberto Silveira Freitas foi espancado por 2 homens brancos

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
O vice-presidente Hamilton Mourão
1 de 1 O vice-presidente Hamilton Mourão - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, lamentou, nesta sexta-feira (20/11), a morte de João Alberto Silveira Freitas, negro, de 40 anos, espancado e morto por dois homens brancos, em um supermercado da rede Carrefour. Mourão, no entanto, afirmou que “não existe” racismo no Brasil.

“Lamentável, né. Lamentável isso aí, isso é lamentável. A princípio, é segurança totalmente despreparada para atividade que ele tem que fazer. […] Para mim, no Brasil, não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui”, disse o vice-presidente a jornalistas, no Palácio do Planalto.

Após a declaração, Mourão foi novamente questionado sobre achar que não existe racismo no país, ao que respondeu: “Não. Eu digo para você com toda a tranquilidade. Não tem racismo aqui”.

Mais uma vez, a imprensa questionou o vice-presidente sobre se o episódio não teria um componente racial.

“Eu digo para vocês o seguinte, porque eu morei nos EUA: racismo tem lá. Eu morei dois anos nos EUA, na minha escola que eu morei lá, o pessoal de cor ele andava separado, que eu nunca tinha visto isso aqui no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, era adolescente e fiquei impressionado com isso aí. Isso no final da década 60”, relatou.

“Mais ainda, o pessoal de cor sentava atrás do ônibus, não sentava na frente do ônibus. Isso é racismo, aqui não existe isso. Aqui você pode pegar e dizer é o seguinte: existe desigualdade. Isso é uma coisa que existe no nosso país”, continuou.

O caso

João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi brutalmente assassinado na noite de quinta-feira (19/11), na véspera do Dia da Consciência Negra.

Ele fazia compras com a esposa quando teria feito um gesto para uma fiscal de caixa. Ela chamou a segurança e ele foi levado para o estacionamento do supermercado, onde começaram as agressões. João foi espancado em uma unidade do supermercado Carrefour. As imagens da violência foram gravadas e circulam nas redes sociais.

Os suspeitos, homens brancos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles é o policial militar Giovani Gaspar da Silva e, o outro é o segurança da loja Magno Braz Borges. O crime é tratado como homicídio qualificado.

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre
Um vídeo mostra as agressões
Ele morreu ainda no local
João Alberto
Cenas do espancamento de João Beto
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João Beto caído no chão após as agressões

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre

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Um vídeo mostra as agressões

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Ele morreu ainda no local

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João Alberto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Um desentendimento com funcionários do Carrefour teria motivado as agressões sofridas por João Alberto. Dois seguranças foram presos em flagrante

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A vítima foi atacada com vários socos e golpes, registrados em vídeos por pessoas que assistiam à cena de terror

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Cenas do espancamento de João Beto

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João Alberto foi morto no dia 19/11, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, ao ser espancado por dois seguranças de uma das filiais da rede Carrefour

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Dezenas de pessoas – entre amigos, familiares e militantes de movimentos negros – acompanharam o velório e o sepultamento de João Alberto Silveira Freitas

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Ele foi enterrado na manhã de 21/11, no Cemitério Municipal São João, zona norte de Porto Alegre

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