metropoles.com

Mourão admite possibilidade de “algum racionamento” de energia no país

Ministro de Minas e Energia fez pronunciamento na terça e pediu envolvimento de toda sociedade para evitar apagões e racionamento

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante gravação do programa “Por dentro da Amazônia” Foto: Romério Cunha/VPR
Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante gravação do programa “Por dentro da Amazônia”     Foto: Romério Cunha/VPR
1 de 1 Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante gravação do programa “Por dentro da Amazônia” Foto: Romério Cunha/VPR - Foto: Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante gravação do programa “Por dentro da Amazônia”

Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (1º/9), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) admitiu a chance de “algum racionamento” no Brasil em razão da crise hidroenergética que o país atravessa. É a primeira vez que uma autoridade do alto escalão do governo admite a possibilidade.

“O que eu tenho acompanhado é que o governo tomou as medidas necessárias aí: criou uma comissão para acompanhar e tomar as decisões a tempo e a hora no sentido de impedir que ocorra isso aí que você colocou, que haja apagão. Agora, pode ser que tenha que ocorrer algum racionamento. O próprio ministro falou isso, né?”, disse o general ao chegar em seu gabinete na Vice-Presidência.

Durante pronunciamento em rede nacional de rede e televisão na noite de terça-feira (31/8), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pediu envolvimento de toda a sociedade para afastar o risco de apagões e racionamento. O ministro, porém, não citou a palavra “racionamento” em sua fala de cerca de 5 minutos em cadeia nacional de rádio e TV.

“Para aumentarmos nossa segurança energética e afastarmos o risco de falta de energia no horário de maior consumo, é fundamental que a Administração Pública, em todas as suas esferas, e cada cidadão-consumidor, nas residências e nos setores do comércio, de serviços e da indústria, participemos de um esforço inadiável de redução do consumo”, defendeu o ministro.

Segundo Albuquerque, “o empenho de todos nesse processo é fundamental para que possamos atravessar, com segurança, o grave momento energético que nos afeta, para atenuar os impactos no dia a dia da população e também para diminuir o custo da energia”.

Bandeira de escassez hídrica

Também na terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a criação da “bandeira de escassez hídrica”. O novo valor será de R$ 14,20 para cada 100 kW/h consumidos.

A bandeira começa a valer a partir desta quarta-feira (1º/9) e vai durar até 30 de abril de 2022. Antes, a revisão do sistema de bandeira era feita mensalmente. Para os consumidores, o aumento na conta de luz será de 6,78%.

Nesta quarta, Mourão pontuou que a matriz energética brasileira é muito baseada em hidrelétricas. E defendeu dosagem no uso da água destinada a atividades da agropecuária e para o consumo humano.

“Tem que haver uma dosagem nisso aí, né? É algo que, na minha visão, a gente vai enfrentar nos próximos anos aí enquanto não houver recuperação plena dos nossos reservatórios”, assinalou o general.

Questionado se o governo não demorou a adotar medidas, visto que o período mais crítico é outubro e novembro, Mourão respondeu que houve avaliação de que não era necessária decisão mais drástica antes.

“Olha, os decisores eles tinham todos os dados disponíveis, e se não tomaram uma decisão mais drástica antes é porque na análise de risco que fizeram não era o caso. Eu veja dessa forma”, pontuou.

Ministro pede redução do consumo

Em seu pronunciamento, além de dizer que a crise hidroenergética “se agravou” e avaliar como “inadiável” o esforço da população para reduzir o consumo de energia, o ministro Bento Albuquerque ainda pediu que equipamentos, como chuveiros elétricos, aparelhos de ar-condicionado e ferros de passar, sejam usados no período da manhã e aos fins de semana.

“Os consumidores que aderirem a este chamado [de redução de consumo] e economizarem energia, serão recompensados e poderão ter redução na sua conta de luz”, afirmou.

O governo anunciou um programa de desconto na conta de luz de consumidores residenciais e pequenos negócios que reduzirem, de forma voluntária, o consumo de energia.

Inicialmente, o programa será válido até dezembro deste ano, mas poderá ser prorrogado, caso necessário.

O desconto vai valer para quem diminuir o consumo de energia em, no mínimo, 10% em comparação ao consumo de 2020. A redução será de até 20%. O desconto será de R$ 0,50 por cada quilowatt-hora (kWh) de energia economizada.

O Brasil vive a pior crise hídrica em 91 anos. As principais bacias hidrográficas que abastecem o país estão secando em razão do baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia no Brasil.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?