Motta: eleição de Trump traz “ânimo” aos movimentos de direita
O republicano Donald Trump venceu a eleição presidencial dos Estados Unidos ao derrotar a vice-presidente Kamala Harris
atualizado
Compartilhar notícia
O líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), favorito para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, ressaltou que a vitória do republicano Donald Trump nos Estados Unidos traz “ânimo” aos movimentos de direita no Brasil. A declaração do deputado aconteceu durante a 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20), nesta quarta-feira (6/11), em Brasília.
Motta considerou que a vitória de Donald Trump pode trazer força aos debates em torno do projeto de lei (PL) 2.858/2022, o PL da Anistia, que anistia os envolvidos nas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2023.
“A pauta dos movimentos de direita no mundo são bastante conectadas”, disse Motta. “A concepção de que houve uma vitória do pensamento que essas pessoas defendem, isso causa um momento de euforia e de levante para o próximo período eleitoral do país. É natural, nós gostamos de futebol, nós gostamos de acompanhar diversos tipos de disputa, e essa é mais uma disputa que o Brasil acompanha atentamente pela importância que ela tem e, com certeza, isso causa, sim, um ânimo maior aos movimentos e aos partidos de direita do país”, enfatizou o líder do Republicanos.
O republicano Donald Trump venceu a eleição presidencial dos Estados Unidos ao derrotar a candidata democrata e vice-presidente Kamala Harris no Colégio Eleitoral. O empresário norte-americano confirmou a vitória ao superar as 270 cadeiras necessárias para vencer o pleito.
Na América do Sul, Trump tem como principais aliados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual chefe do Executivo da Argentina, Javier Milei.
O PL da Anistia é uma das principais pautas dos aliados do ex-presidente na Câmara dos Deputados. A proposta visa conceder o benefício aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O projeto estava em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa Legislativa e foi colocado como moeda de troca para declaração de apoio às candidaturas dos postulantes à presidência da Câmara.
Com toda a repercussão em torno do tema, o presidente Lira decidiu criar uma comissão especial para analisar o PL da Anistia, em outubro. Com isso, a tramitação do projeto poderá seguir ao longo de 40 sessões do plenário da Casa.
“A condução da comissão deve começar nos próximos dias, então a comissão vai trabalhar na minha avaliação com muita serenidade e fazendo o trabalho que tem que ser feito para debater um tema tão importante como esse”, comentou Motta a respeito do PL da Anistia.
Eleição da Câmara dos Deputados
O líder do Republicanos é o favorito para suceder Arthur Lira a partir de 2025. Nesta quarta, Hugo Motta conquistou o apoio de novas legendas, e informou que segue dialogando com os deputados do PSD, União Brasil, PSol e do Novo.
Os líderes do PSD, Antonio Brito (BA), e do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), seguem na disputa pela cadeira de Lira. No entanto, há pressão dentro das próximas legendas para desistência das candidaturas para garantir lugar na Mesa Diretora da Câmara.
“Hoje tivemos a alegria de fechar mais três partidos nessa nossa caminhada para presidência da Câmara dos Deputados. Recebemos o apoio da rede, do PRD e do Solidariedade, partidos importantes que têm bancadas aqui na Casa, demonstrando que a nossa candidatura vai se consolidando a cada dia como uma candidatura forte”, indicou Motta.
“Nós procuraremos até o final dialogar com todos os partidos, com o PSD, com a União, com o PSol, com o Novo, porque essa é a essência da nossa candidatura, a essência é o diálogo, a essência é a convergência e nós vamos até o final, como já disse, irmos até exaustão do diálogo, visando esse consenso aqui dentro da casa para que o parlamento possa dar um grande sinal a política brasileira de maturidade”, completou o líder do Republicanos.