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“Motivação política”: quem é o homem que queimou fazendas em Goiás

Salgadeiro de 29 anos foi preso por provocar incêndio florestal de propósito. Na cidade é conhecido como uma pessoa amigável, mas explosiva

atualizado

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Arquivo pessoal
Foto colorida do Lucas incendiário - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do Lucas incendiário - Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal

Preso em flagrante por provocar um incêndio florestal gigantesco em Goiás, próximo da fronteira com o Mato Grosso, o salgadeiro Lucas Vieira, de 29 anos (foto em destaque), é conhecido como uma pessoa amigável na cidade de Piranhas (GO), onde mora com o filho de 4 anos. Ao mesmo tempo, também é visto como alguém explosivo, que perseguiu a ex-namorada e é réu por violência contra a mulher.

Lucas disse, em interrogatório na delegacia de Aragarças (GO), que recebeu cerca de R$ 300 para atear fogo na fazenda por motivação política. Ele afirmou que foi contratado por uma pessoa que queria atingir um desafeto político. O suposto contratante, o pedreiro Rogério Silva, de 33 anos, nega o crime com veemência.

Imagem de trecho de depoimento incendio goias - Metrópoles

A defesa do salgadeiro alegou que ele possui problemas psiquiátricos e Lucas foi solto preventivamente, com a condição de buscar tratamento para esquizofrenia e não frequentar eventos políticos durante o período eleitoral.

“Fiquei chocado com a notícia, porque jamais imaginaria que ele pudesse fazer uma coisa dessas. Ele era gente boa, uma pessoa tranquila, mas que estressa rápido, muito impulsivo”, relatou um ex-colega de trabalho de Lucas ao Metrópoles.

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Incêndio em Fazenda de Caiapônia começou na quinta-feira (22/8)
Salgadeiro foi preso após atear fogo em fazendas de Goiás
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Acusado de incêndio criminoso foi preso em flagrante pelo Batalhão Rural da PM

Reprodução/PMGO
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Incêndio em Fazenda de Caiapônia começou na quinta-feira (22/8)

Reprodução/TV Anhanguera
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Salgadeiro foi preso após atear fogo em fazendas de Goiás

Reprodução/ PMGO

O salgadeiro é conhecido na região por trabalhar em uma loja de conveniência de um posto de gasolina na beira da rodovia. Lucas também já atuou na churrascaria do estabelecimento, assando e cortando as carnes. Ele recebe um salário de R$ 2 mil.

“Esse menino é um bom menino. Isso é o que a nossa cidade de Piranhas nos proporciona a fazer por não ter emprego”, escreveu um caminhoneiro, morador da cidade, nas redes sociais.

Veja o vídeo:

Réu por agressão contra ex

Uma ex-namorada de Lucas Vieira prestou queixa contra ele por agressão física em junho de 2022. Ela disse que o salgadeiro não aceitava o fim do relacionamento e chegou a mordê-la no ombro durante uma briga. Na época, Lucas declarava sua profissão como atendente de balcão.

Além disso, ele teria tentado invadir a casa da ex pela janela, depois de ser deixado do lado de fora da residência logo após a agressão. Lucas reconheceu que mordeu a vítima, mas alegou que fez isso porque ela o mordeu antes, quando ele tentou abraçar e beijar a mulher a força.

A Justiça chegou a conceder uma medida protetiva para a ex-namorada, proibindo Lucas de se aproximar dela. No entanto, depois de três meses da agressão, a ex-namorada voltou na delegacia e pediu para tirar a queixa contra o salgadeiro porque teria uma boa relação com ele e a família dele.

Apesar disso, diante da confirmação da agressão física, a Polícia Civil concluiu o inquérito, e o Ministério Público denunciou Lucas por lesão corporal praticada contra mulher. A Justiça goiana acatou a denúncia em julho de 2023. O caso tramita na Comarca de Piranhas.

Investigação continua

Várias regiões do Brasil, incluindo Goiás, estão enfrentando uma onda de incêndios. A Polícia Federal (PF) abriu inquéritos para investigar casos de incêndios criminosos, e duas pessoas foram presas no domingo em São Paulo.

O caso em Aragarças (GO) está sob investigação da Polícia Civil. Durante a prisão do salgadeiro, a polícia apreendeu um celular e R$ 307 em espécie. O delegado responsável, Fábio Marques, afirmou ao Metrópoles que, até o momento, a motivação política e o mandante do crime foram apenas noticiados de maneira informal, sem confirmação nos autos. Segundo ele, “o que se tem até agora é o dolo de provocar dano”.

Marques também solicitou uma vistoria para avaliar os estragos causados pelo incêndio, mas ainda não está claro se a fazenda destruída pertence a um político.

O advogado do salgadeiro, João Rodrigues D’Souza, afirmou que seu cliente já forneceu todas as informações à polícia. “Ele aparenta sofrer de esquizofrenia”, disse Rodrigues, acrescentando que essa questão foi apresentada à juíza, que determinou a necessidade de uma avaliação no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) para a elaboração de um relatório médico.

A reportagem entrou em contato com Lucas, mas não houve retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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