Mossoró: 51 dias na captura foi prazo bastante razoável, diz ministro
Ministro falou com a imprensa horas depois de equipes de policiais federais cercarem os dois fugitivos em uma rodovia próximo do Marabá (PA)
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, defendeu que o prazo de 51 dias para recapturar os dois foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi “bastante razoável”.
“É um prazo razoável de 50 dias. É um prazo que segue paradigmas internacionais de fugitivos de penitenciárias. Não chegamos em dois meses, em um país de dimensões continentais”, relatou Lewandowski para a imprensa na tarde de quinta-feira (4/4), em Brasília, hora após a recaptura dos fugitivos pela polícia no Pará.
De acordo com Lewandowski, a força-tarefa foi prejudicada por conta de intensas chuvas na região da fuga. Em um primeiro momento, a avaliação era que os foragidos estavam escondidos em um raio de 193 quilômetros, em uma área entre Mossoró e Baraúna.
No entanto, com o passar das semanas, a inteligência da Polícia Federal (PF) constatou que os dois foragidos já tinham saído do estado e tentavam escapar para o exterior com a ajuda de comparsas.
Lewandowski explicou que durante o primeiro mês de buscas havia indícios concretos de que os criminosos ainda estavam na região, como restos de alimentos, rastros e o trabalho de cães farejadores.
Operação bem sucedida
Na tarde de quinta, equipes da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) conseguiram cercar os fugitivos em uma ponte na rodovia BR-222, próximo de Marabá (PA). Além dos dois fugitivos, foram presos quatro comparsas no momento da abordagem.
“Foi uma operação extremamente bem sucedida. Não foram disparos tiros, não houve feridos, não houve mortos. Foi um trabalho puramente de inteligência”, avaliou Lewandowski. Durante as buscas, 14 pessoas foram presas por suspeita de ajudar os fugitivos.
Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33, fugiram da penitenciária federal por um buraco na cela em 14 de fevereiro. Ambos tinham ligação com uma “filial” da facção carioca Comando Vermelho (CV) no Acre.
Uma investigação interna da Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais identificou que houve falha na segurança da penitenciária. Os protocolos das prisões federais foram modificados após essa fuga, que foi a primeira registrada no sistema prisional federal.