Mortes por Covid representam 48% dos óbitos por doenças em março
Dados foram levantados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais. Mês passado foi o mais letal da pandemia no país
atualizado
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Um levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) mostra que, em março de 2021, a Covid-19 foi responsável por 48% dos óbitos por doenças no Brasil.
Apenas no último mês, o mais letal da pandemia no Brasil, foram registrados 75.780 mil óbitos por Covid-19 nos Cartórios de Registro Civil. Os dados foram atualizados na última segunda-feira (12/4) e representam 48% dos 172.211 óbitos por doenças registrados no sistema.
“Os dados de óbitos feitos pelos Cartórios no mês de março foram o maiores já registrados na história, o que sem dúvida nenhuma demonstra o grau de letalidade desta doença, que foi responsável por quase metade dos falecimentos por causas naturais no país”, afirma Gustavo Fiscarelli, presidente da Arpen.
A porcentagem é quase o dobro da registrada em fevereiro deste ano, quando as mortes por Covid-19 representavam 25,4% dos óbitos por doenças.
Segundo o presidente da instituição, os números são importantes para a criação de estratégias de enfrentamento à crise sanitária que afeta o Brasil.
“[Os dados reforçam] a necessidade de seguirmos com o trabalho de transparência na prestação de informações à sociedade e ao poder público para que possam ser postas as estratégias para sairmos dessa crise”, disse Gustavo.
Regiões
A região Norte é a que tem mais óbitos por Covid-19 nos registros de mortes por doenças. Somente em Rondônia, 63,7% dos falecimentos de março foram por consequências do coronavírus.
Outros estados do país também têm dados preocupantes, como Roraima (62,1%), Acre (53,3%), Paraná (52,5%), Santa Catarina (52,3%), Rio Grande do Sul (54,4%), Goiás (58,7%) e Mato Grosso (55,8%).
Mortes e nascimentos
A Arpen também registrou outro dado sobre o aumento de mortes no Brasil durante a pandemia: em março, o país teve a pior variação entre óbitos e nascimentos.
De acordo com a instituição, historicamente, nascem 137 mil crianças a mais que a quantidade de óbitos registrados mensalmente. No mês passado, o número de nascimentos caiu para 48.086, uma redução de 90 mil em relação à média histórica.
“O vertiginoso aumento no número total de óbitos, que atingiu a marca histórica recorde de 181.081 mortes em março deste ano, impediu que o país avançasse na equação nascimentos versus óbitos, que vem caindo desde o agravamento da pandemia em janeiro deste ano”, informou a Arpen.
O estado com pior resultado foi o Rio Grande do Sul, o único a ter mais óbitos que nascimentos: foram 15.802 vidas perdidas e 11.971 crianças registradas.
Outras regiões também tiveram crescimento populacional negativo segundo os dados, como Natal (RN), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).
“O número de óbitos registrados no mês de março de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como o número de nascimentos e a variação das médias e da comparação entre nascimentos e óbitos para o período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência”, alerta a organização.