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Mortes por Covid-19 superam a média de óbitos por infarto e câncer nos últimos 5 anos

No último ano, 4,1% de todos registros de óbitos constavam a Covid-19 como causa de morte

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Enterro durante pandemia
1 de 1 Enterro durante pandemia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ano de 2020 terminou para os brasileiros com um saldo difícil de contabilizar. Em 9 meses de pandemia da Covid-19, o vírus Sars-CoV-2 vitimou 195.206 pessoas e infectou outras 7.675.973. Os números da doença, que não param de crescer, ainda preocupam a população do país. Comparados com as causas de morte mais comuns pelo Brasil, a realidade é ainda mais assustadora.

Levantamento feito pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, analisou os óbitos da Covid-19 com a média dos ocorridos de 2015 a 2019. Os dados preliminares do Ministério da Saúde sobre 2020 ainda não estão atualizados. Segundo o site oficial da pasta, eles são disponibilizados de 10 a 15 meses depois do ano de ocorrência.

No ano passado, 4,1% de todos registros de óbitos constavam a Covid-19 como causa de morte. Nem as enfermidades cardíacas, como isquemias e infartos, nem as cerebrovasculares, como os AVCs, – duas entre as causas mais comuns de falecimentos no país – superaram a doença. A taxa de óbitos causados pelo novo coronavírus, em 2020, perde apenas para o câncer, que vitimou, em média, mais de 217,9 mil pessoas nos últimos 5 anos.

Se considerarmos apenas os números de março – mês em que a pandemia foi declarada – a dezembro, a Covid-19 aparece na frente até das mortes por tumores malignos, que contabiliza média de 183,1.

Nos últimos 5 anos, em média 115,1 mil brasileiros perderam a vida devido a problemas no coração; outros 101,3, por causas cerebrais. Ambos os índices registrados são inferiores às 195.206 vidas perdidas pela Covid-19 em 2020.

Se compararmos com pneumonia, complicação recorrente entre os infectados pelo vírus, a diferença é de pouco mais de duas vezes em relação aos dados. As mortes causadas por acidentes, agressões e até mesmo a gripe perdem, e muito, para os números da Covid-19. Para trás também ficam a hipertensão, outras doenças respiratórias, como asma, e óbitos com causas desconhecidas.

Veja gráfico:

Mortes no mundo

Mais de 2 milhões de pessoas morreram em todo o mundo após serem infectadas pela Sars-CoV-2, segundo levantamento publicado na sexta-feira (15/1) pela Universidade Johns Hopkins, que compila dados divulgados pelos países desde o início da pandemia.

A contar do primeiro óbito registrado, foram necessários oito meses para que o mundo ultrapassasse a marca de 1 milhão de vítimas da Covid-19. A nova marca, porém, foi alcançada em apenas quatro meses.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de mortes (389,5 mil), seguidos pelo Brasil (207 mil), Índia (151,9 mil), México (137,9 mil) e Reino Unido (87,4 mil).

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