Mortes por ações policiais caem, mas cresce o número de vítimas negras
Dados apontam uma redução de 4,2% no total de mortes por violência policial. No entanto, número de vítimas negras aumentou 5,8%
atualizado
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Em 2021 houve uma redução de 4,2% no total de mortes causadas por ações policiais no Brasil, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta terça-feira (28/6). Foram 6.145 vítimas, enquanto no ano anterior o número foi de 6.412. É a primeira vez que o índice cai desde 2013.
Os dados não levam em consideração intervenções das polícias Federal e Rodoviária Federal, apesar desses órgãos também registrarem ações violentas, como no caso de Genivaldo de Jesus Santos.
“Embora esta redução mereça ser celebrada, elevadas taxas de mortalidade por ações policiais permanecem em vários estados, indicando que abusos e execuções permanecem como prática de algumas instituições policiais1, misturando-se a casos de uso legítimo da força”, reforça o relatório.
O Amapá foi o estado com mais óbitos decorrentes de ações policiais. A taxa de mortalidade chegou a 17,1 por 100 mil habitantes, número que representa seis vezes a média nacional — de 2,9 por 100 mil. É também a maior taxa verificada desde que os dados começaram a ser monitorados.
No ranking de maior letalidade também estão Sergipe (9), Goiás (8), Rio de Janeiro (7,8), Bahia (6,7) e Pará (6,2). Com menor índice aparecem o Distrito Federal (0,3), Minas Gerais (0,5), Rondônia (0,6), Santa Catarina, Espírito Santo e Piauí, com 1 cada.
Cresce número de negros vítimas da polícia
O relatório também analisou o perfil das vítimas de violência policial. Os números mostram uma prevalência de homens, adolescentes e jovens, pretos e pardos entre os mortos.
Em 2021, enquanto a taxa de mortalidade entre pessoas brancas caiu 30,9%, a de vítimas negras cresceu 5,8%. O número pode ser maior devido a 31,1% dos boletins de ocorrência registrados nas Polícias Civis não constarem o campo raça/cor/etnia. Entre vítimas com identificação, 84,1% correspondem a pessoas negras.
“Mesmo que os números absolutos apresentem uma importante diminuição no total de vítimas, a desproporcionalidade racial na letalidade permanece latente”, aponta.
Em relação gênero e faixa etária, 99,2% eram homens e 74% tinham até 29 anos.
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