Mortes de indígenas Yanomamis reduzem 33% no primeiro trimestre
Governo federal atualiza dados pela primeira vez este ano, após repercussão negativa do aumento de óbitos em 2023
atualizado
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O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (5/8) a atualização dos dados epidemiológicos dos indígenas Yanomami. De acordo com o novo informe, houve uma queda de 33% de mortes no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Essa é a primeira atualização dos dados, desde que o governo deixou de publicá-los, após a repercussão negativa do aumento de óbitos entre os indígenas no primeiro ano do governo Lula. Nos três primeiros meses de 2023, segundo o Ministério da Saúde, foram contabilizadas 111 mortes e, desta vez, 74.
A tendência de redução é verificada, também, quando os dados são analisados por motivação. Quando se trata de infecção respiratória aguda, as mortes passaram de 22 para 9 (-59%). A redução de óbitos por desnutrição foi de -70,5% e por malária foi de -50%. O único caso em que houve aumento foi de mortes por agressão: passou de 15 para 18 (+20%).
Críticas após aumento
Em 2023, morreram 363 indígenas Yanomami. Esse número foi divulgado no início deste ano e gerou muita crítica ao governo federal, pois houve um aumento de 6% em relação a 2022, último ano do governo Bolsonaro. À época, o Ministério da Saúde alegou que houve subnotificação em anos anteriores e diferenças nas metodologias de contagem.
A Missão Yanomami segue em andamento no território indígena. Ela foi implementada no ano passado, após visita do presidente Lula e de ministros, em decorrência das denúncias de desnutrição severa, aumento de mortes e ameaça crescente do garimpo ilegal.
De acordo com o Ministério da Saúde, 1.497 profissionais continuam atuando no local. Ao todo, existem 32.012 indígenas no território.