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Número de mortes em 2022 é 14% maior que o registrado antes da Covid

Em comparação com os primeiros 10 meses de 2019, o país teve aumento nas mortes, lideradas por doenças de coração, pulmão e infecções

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Imagem colorida mostra cruzes brancas em referência a mortes, em um cemitério - Metrópoles
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O número de mortes registradas no Brasil cresceu 14% em 2022, se comparado com o ano de 2019, quando ainda não havia pandemia de Covid-19. Levantamento inédito junto aos Cartórios de Registro Civil do Brasil aponta que houve crescimento de óbitos por doenças do coração, como AVC e Infarto.

Nos primeiros 10 meses de 2022, em números absolutos, foram registrados entre janeiro e outubro de 2022, 1.241.779 óbitos, número 14% maior que os 1.087.707 ocorridos no mesmo período de 2019, antes da chegada da Covid.

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De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveis
Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários países
Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírus
Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra ela
Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 países
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Desde o início da pandemia, dezenas de cepas da Covid-19 surgiram pelo mundo. No entanto, algumas chamam mais atenção de especialistas: as classificadas como de preocupação e as de interesse

Viktor Forgacs/ Unsplash
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De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveis

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Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários países

Peter Dazeley/ Getty Images
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Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírus

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Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra ela

Aline Massuca/Metrópoles
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Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 países

Morsa Images/ Getty Images
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A variante Gama foi identificada pela primeira vez no Brasil e também é considerada de preocupação. Ela possui mais de 30 mutações e consegue escapar das respostas imunológicas induzidas por imunizantes. Apesar disso, estudos comprovam que vacinas disponíveis oferecem proteção

NIAID/Flickr
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A variante Delta era considerada a mais transmissível antes da Ômicron. Identificada pela primeira vez na Índia, essa variante está presente em mais de 80 países e é classificada pela OMS como de preocupação. Especialistas acreditam que a Delta pode causar sintomas mais severos do que as demais

Fábio Vieira/Metrópoles
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron também foi classificada pela OMS como de preocupação. Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, número superior ao das demais variantes, é mais resistente às vacinas e se espalha facilidade

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
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Classificada pela OMS como variante de interesse, a Mu foi identificada pela primeira vez na Colômbia e relatada em ao menos 40 países. Apesar de ter domínio baixo quando comparada às demais cepas, a Mu tem maior prevalência na Colômbia e no Equador

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Apesar de apresentar diversas mutações que a tornam mais transmissível, a variante Lambda é menos severa do que a Delta, e é classificada pela OMS como de interesse. Ela foi identificada pela primeira vez no Peru

Josué Damacena/Fiocruz
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Localizada nos Estados Unidos, a variante Épsilon é considerada de interesse pela OMS. Isso porque a cepa possui a capacidade de comprometer tanto a proteção adquirida por meio de vacinas quanto a resistência adquirida por meio da infecção pelo vírus

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As variantes Zeta, identificada no Brasil; Teta, relatada nas Filipinas; Capa, localizada na índia; Lota, identificada nos Estados Unidos; e Eta não são mais consideradas de interesse pela OMS. Essas cepas fazem parte do grupo de variantes sob monitoramento, que apresentam risco menor

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Identificada pela primeira vez na França, a Deltacron combina características das mutações Delta e Ômicron. Segundo a diretora da OMS, Maria Van Kerkhove, ainda não há evidências de que a nova variante seja mais grave do que a Delta ou a Ômicron separadamente. Com dois casos identificados no Brasil, no início de março de 2022, a cepa também já foi encontrada em países da Europa e nos Estados Unidos

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Na comparação com os números dos anos nos quais a pandemia esteve no auge no país, verifica-se uma redução de 18% nas mortes, em relação a 2021, que totalizou 1.518.361 mortes, e aumento de 0,6% em 2020, que computou um total de 1.233.937 óbitos.

O ainda alto número de óbitos em 2022 chama mais atenção quando comparado em relação à média da evolução de mortes ano a ano no país. Ela variou 1,8% entre 2010 e 2019. Durante o período, a maior variação no número de óbitos tinha ocorrido em 2016, quando registrou crescimento de 4,3%.

Com exceção aos anos de 2020 e 2021, auge da pandemia no Brasil, quando os óbitos cresceram 11,8% e 23% de um ano para o outro, o número de mortes maior em território nacional sugere que ainda podem haver fatores impactantes relacionados à doença.

Pneumonia e doenças do coração

Com o aumento da vacinação e o maior controle da pandemia, a Covid-19 deixou de liderar o ranking de mortes por doenças no país, apresentando queda de 97,5% entre janeiro e outubro de 2022 em relação ao ano passado. Em 2021, no período analisado, foram registradas 495.761 mortes causadas pelo novo coronavírus frente a 59.456 neste ano. No entanto, outras doenças, algumas delas relacionadas a sequelas da doença passaram a registrar crescimento diferenciado no país.

“Os números dos Cartórios de Registro Civil mostram mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira. Embora haja uma diminuição nos óbitos por Covid-19, notamos crescimento de óbitos de outras doenças, como a pneumonia, doenças do coração e septicemia, que podem vir a ser consequências de sequelas da Covid. A partir desses dados, é possível pensar em políticas de saúde pública e prevenção a essas doenças”, explica o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.

Um exemplo é o aumento no número de óbitos por pneumonia, que passaram de 126.861 entre janeiro e outubro de 2021 para 169.445 no mesmo período deste ano. Em 2020, foram 134.002 mortes pela doença nos 10 primeiros meses do ano, enquanto 2019 registrou 168.009 óbitos causados por pneumonia.

O número de mortes pela doença apresentou aumento de 0,85% entre janeiro e outubro deste ano em comparação ao mesmo período de 2019, quando ainda não havia pandemia. O número atual, contudo, é 33,5% maior que o registrado no mesmo período de 2021 e 26,4% maior que em 2020, ápice do coronavírus.

Infecção generalizada

Outra doença que apresentou crescimento em 2022 foram as mortes por septicemia, que registrou aumento de 12,2% de janeiro a outubro de 2022 em relação ao mesmo período de 2019. Neste ano foram computadas 147.327 mortes causadas pela infecção generalizada grave do organismo, enquanto em 2019 foram 131.289 óbitos no mesmo período.

Já nos anos auge da pandemia, 2021 e 2020, foram catalogados 129.760 e 120.820 óbitos por este tipo de doença, o que representa um aumento em 2022 de 13,5% em relação a 2021 e de 21,9% em relação a 2020.

Quando se trata de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), entre 2019 e 2022, houve um salto de 408% nos registros de óbitos por esta doença respiratória. Em números absolutos, foram contabilizadas 6.596 mortes por SRAG nos 10 primeiros meses deste ano frente a 1.298 registros para o mesmo período de 2019.

As mortes por doenças do coração também aumentaram. Ao todo, cresceu em 3,8% as mortes por AVC e 2% por infarto (2%). Em comparação com 2019, ainda antes da pandemia, os números são ainda maiores, 8,3% para mortes causadas por AVC e 3,5% para as relacionadas a infarto.

Os dados são baseados em informações do Portal de Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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