Morre aos 87 anos o Major Curió, que combateu a Guerrilha do Araguaia
Oficial do exército foi um dos comandantes da repressão à Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar
atualizado
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Morreu, na madrugada desta quarta-feira (17/8), o agente da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como Major Curió, aos 87 anos. O oficial do exército foi um dos comandantes da repressão à Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar no Brasil.
Em 2019, Curió foi alvo de denúncias do Ministério Público Federal (MPF) por homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Pedro Pereira de Souza, integrante da guerrilha do Araguaia, conhecido como Pedro Carretel.
Familiares de Curió confirmaram o falecimento do militar ao Metrópoles. A causa da morte foi septicemia. O velório ocorre nesta quarta, às 14h30, no cemitério Campo da Esperança, no Distrito Federal.
Em 1980, Curió atuou como interventor em Serra Pelada, no Pará, região dominada pelo garimpo. Durante a década, o major controlou o trabalho dos garimpeiros da região, que tiveram que entregar armas ao Exército e tinham a venda de ouro monitorada pelas autoridades.
Encontro com Bolsonaro
Curió vivia em Brasília há cerca de cinco anos. Em maio de 2020, foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto. À época, a Secretaria de Comunicação do Governo Federal (Secom) exaltou a atuação do major durante a ditadura.
“A Guerrilha do Araguaia tentou tomar o Brasil via luta armada. A dedicação deste [Major Curió] e de outros heróis ajudou a livrar o país de um dos maiores flagelos da História da Humanidade: o totalitarismo socialista, responsável pela morte de aproximadamente 100 milhões de pessoas em todo o mundo”, consta na publicação.
A Justiça de São Paulo chegou a publicar decisão que obrigava a Secom a publicar um direito de respostas a vítimas e familiares alvos da ditadura militar. No entanto, a medida foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).