Morre Affonso Heliodoro, fiel escudeiro do ex-presidente JK
O pioneiro estava internado em hospital de Belo Horizonte (MG) e faleceu na manhã deste sábado (20/10)
atualizado
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Morreu na manhã deste sábado (20/10), em Belo Horizonte (MG), aos 102 anos, o coronel Affonso Heliodoro. Um dos fiéis escudeiros de Juscelino Kubitschek, em Brasília, o pioneiro era o último remanescente da equipe do ex-presidente.
Coronel Heliodoro estava hospitalizado desde quinta-feira (18) na capital mineira. Morreu em decorrência de complicações cardíacas, por volta das 11h. Amigo pessoal e integrante da equipe do presidente Juscelino Kubitschek, Affonso Heliodoro dos Santos era parte da história de Brasília.
Ele estava ao lado do presidente quando foi assinado o documento que pedia ao Congresso Nacional a mudança da capital do país para o Centro-Oeste, em 1956. No mesmo ano, o coronel reservista da Polícia Militar de Minas Gerais visitou o terreno em que a cidade foi construída.
Nascido em Diamantina em 16 de abril de 1916, formou-se em direito. Assumiu o gabinete militar do governo de Minas Gerais em 1951, durante o governo de Juscelino Kubitschek (1951-1955), foi subchefe do gabinete civil do governo federal e secretário-geral do Memorial JK de 1981 a 1995.
O menino Affonso Heliodoro foi aluno da mãe de Juscelino Kubitschek, Dona Júlia. Participou das campanhas eleitorais de Juscelino para a Presidência da República, em 1955, e para o Senado, em 1961, pelo estado de Goiás. Fundou o Movimento JK – 65. Atuou, principalmente, como um legítimo pioneiro na vinda ao Planalto, onde seria erguida a nova capital, participando, então, de todas as etapas da construção.
Autor de vários livros, como “JK – de Diamantina ao Memorial”, “JK – Exemplo e desafio”, “Rua da Glória – histórias de um menino”, Heliodoro escreveu, também, diversos artigos e crônicas publicadas em jornais nacionais e estrangeiros. Foi também presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
Luto oficial
Em nota, o governador Rodrigo Rollembeg (PSB) lamentou a morte de Heliodoro. “Brasília perdeu hoje um dos seus maiores pioneiros, um homem que escreveu a história da cidade com amor e muita garra”, disse. O chefe do Executivo decretou luto oficial em Brasília por três dias.
Concorrente de Rollemberg na corrida ao Palácio do Buriti, Ibaneis Rocha (MDB) também comentou a morte de Heliodoro. “Sua missão e seu exemplo de espírito público nos inspiram a lutar por uma Brasília que representa a síntese do sonho brasileiro, de bem-estar e qualidade de vida. Seu exemplo permanecerá vivo em todos nós”, destacou.