Moro diz ao TRE que acusações do PT e do PL contra ele são “levianas”
Em depoimento em ações com pedido de cassação, que durou cerca de uma hora, Moro ainda negou acusações de Caixa 2 em sua campanha
atualizado
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Em depoimento ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que durou cerca de uma hora, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou que acusações contra ele em ações do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Liberal (PT) são “levianas”. Disse ainda que sua pré-candidatura à presidência pelo Podemos nunca o ajudou, pelo contrário, atrapalhou, e que não há provas de Caixa 2 em sua campanha.
O senador falou ao TRE-PR nesta quinta-feira (7/12), em ações que pedem sua cassação. Moro optou por responder às perguntas do relator das ações e do Ministério Público, mas ficou em silêncio diante das perguntas dos advogados do PT e do PL.
A oitiva ocorreu dentro da análise de Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), de autoria do PT e do PL, que acusam Moro de abuso de poder econômico, arrecadação e gastos eleitorais ilícitos, além de mau uso dos meios de comunicação. O vídeo da audiência foi anexado aos processos, que foram unificados.
“Nessas iniciais, tem algumas afirmações que, além de não ser demonstradas, são levianas. Eu estava no exterior, vim para o Brasil uma pré-candidatura presidencial para o Podemos. Havia um programa. No fim de março de 2021, não havia mais apoio do Podemos para essa candidatura. Decidimos ir para o União”, afirmou no depoimento.
“Peso nas costas”, diz Moro
Moro ainda afirmou “ver muita gente comentando” que a pré-candidatura presidencial teria dado a ele uma vantagem competitiva para a candidatura posterior ao Senado.
“Foi exatamente o contrário. Foi um peso nas costas e eu fui severamente atacado. Isso só me trouxe um grande desgaste político. Em nenhum momento a candidatura presidencial foi usada como catapulta para me alçar ao Senado. Normalmente, alguém faz isso quando não é conhecido. Eu já era conhecido”, considerou.
Ações
As legendas pedem que o ex-juiz seja cassado e fique inelegível por oito anos. Elas alegam a existência de irregularidades nas contas de Moro. Um dos apontamentos é que ele teria se beneficiado de verba disponibilizada pelo Podemos, partido pelo qual se candidatou à Presidência, em sua campanha para o Senado pelo União Brasil.
O PL fala em “desequilíbrio eleitoral” por apontar supostas irregularidades na filiação ao Podemos e depois na mudança da campanha presidencial para a campanha ao Senado por outro Partido.
Há ainda registros de inconsistências na prestação de contas do senador, como descumprimento do prazo para entrega de relatórios.
Em junho, o Ministério Público Eleitoral defendeu a continuidade da ação. Os processos tramitam no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e podem chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A Procuradoria negou pedidos da defesa de Moro para trancar a ação e concordou em ouvir testemunhas ligadas ao caso.