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Moro após fuga do PCC: “Passagem só de ida para presídio federal”

Ministro reagiu à fuga de integrantes da facção na fronteira com o Paraguai. Prisioneiros escaparam da cadeia escavando um túnel

atualizado

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1 de 1 MORO-STF - Foto: Andre Borges/Metrópoles

Horas após a fuga de 76* integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) do Presídio de Pedro Juan Caballero, na fronteira entre Paraguai e Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que as autoridades brasileiras estão colaborando com a identificação e a captura dos fugitivos.

Moro subiu o tom contra os fugitivos e garantiu que eles serão presos. “Estamos trabalhando com as forças estaduais para impedir a reentrada no Brasil dos criminosos que fugiram de prisão do Paraguai. Se voltarem ao Brasil, ganham passagem só de ida para presídio federal”, escreveu no Twitter.

Ele completou: “Estamos à disposição também para ajudar o Paraguai na recaptura desses criminosos. O Paraguai tem sido um grande parceiro na luta contra o crime”.

 

Após a fuga, na madrugada deste domingo (19/01/2020), equipes das polícias Militar, Civil e Rodoviária Estadual do Mato Grosso do Sul intensificaram o patrulhamento na região de Ponta Porã, município que faz fronteira com o Paraguai, distante 323 km de Campo Grande.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, desde cedo o Departamento de Operações de Fronteira monitoram as rodovias. Policiais que estavam de folga foram convocados para a região de Ponta Porã. Carros, táxis e ônibus serão abordados e será feita uma varredura para localizar os fugitivos que possam ter vindo para o Brasil.

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Desde a madrugada, autoridades de segurança reforçaram o policiamento na região e iniciaram a caçada dos fugitivos. Os investigadores localizaram camionetes queimadas, em Sanga Puitã, o que levantou a suspeita de que alguns vieram para o Brasil.

Governo paraguaio
A ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, acredita que houve “corrupção” de agente de segurança na fuga. Em entrevista à rádio paraguaia ABC Cardinal, ela questionou que ninguém “tenha visto ou ouvido todas as obras do túnel” que permitiram a fuga. “É categórico que houve corrupção. Você pode ver que existem celas cheias de sacos de areia e ninguém viu?”, disse Cecilia.

Ela também observou que o túnel estava no térreo do bloco destinado ao PCC, mas mesmo os que estavam no andar superior escaparam. “Para isso, eles precisavam ter todas as celas abertas”, afirmou. Segundo ela, a maioria dos presos fugiu pelo portão principal, o que indica que houve “cumplicidade” de agentes de segurança.

A ministra demitiu o diretor da penitenciária, Christian González, o chefe de segurança e os chefes de guarda. Ela disse que irá investigar a fuga e descobrir como tudo ocorreu. “Eu vou enfrentar isso”, disse a ministra.

O ministro do interior no Paraguai, Euclides Acevedo, disse à imprensa paraguaia “que a maioria dos presos escaparam pelo portão principal e não pelo túnel”.

Entenda o caso
Integrantes da facção criminosa PCC fugiram do Presídio de Pedro Juan Caballero, na fronteira entre o Paraguai e o Brasil, durante a madrugada deste domingo. Os detentos escaparam da unidade por um túnel. Eles conseguiram, praticamente, esvaziar o pavilhão B, destinado aos presos da facção criminosa.

O número de fugitivos ainda não está confirmado e apenas alguns dos presos tiveram a fuga frustrada. A distância entre o túnel e a guarita mais próxima é de apenas 25 metros, onde deveria estar ao menos um guarda de cela.

Em dezembro de 2019, o Metrópoles mostrou, com exclusividade, um plano de resgate do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, no Presídio Federal de Brasília. Em seguida, os ministérios da Justiça e da Defesa fecharam um acordo para intensificar a segurança do complexo, localizado em São Sebastião. Militares do Exército Brasileiro foram direcionados para a penitenciária de segurança máxima.

*O número foi atualizado no fim da tarde deste domingo (19/01/2020).

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