Moro sobre motim no CE: “Apesar dos Gomes, a crise foi resolvida”
Em 13 dias de motim, o Ceará registrou quase 200 mortes. A negociação salarial da corporação deu início ao desentendimento com governo
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comentou nesta segunda-feira (02/03/2020) o fim do motim de policiais militares do Ceará. O ex-juiz argumentou que a situação só foi debelada por conta do trabalho do governo federal e reclamou da atuação da família Gomes, liderada pelos irmãos Ciro, ex-governador do estado pelo PDT, e Cid, senador licenciado que acabou baleado durante o movimento.
Em 13 dias de motim, o Ceará registrou quase 200 mortes. A negociação salarial da corporação deu início ao desentendimento com o Executivo local. “Explorar politicamente o episódio, ofender policiais ou atacá-los fisicamente só atrapalharam.Apesar dos Gomes, a crise foi resolvida”, escreveu Moro no Twitter.
O ministro ainda destacou o trabalho feito pelo governo federal. “A crise no Ceará só foi resolvida pela ação do Governo Federal, Forças Armadas e Força Nacional que protegeram a população e garantiram a segurança”, afirmou. As Forças Armadas continuarão atuando no Ceará até a próxima sexta-feira (06/03/2020).
O motim começou na terça-feira (18/02/2020), quando homens encapuzados que se identificaram como agentes de segurança do Ceará invadiram e ocuparam quartéis, depredando veículos da polícia.
O conflito começou após policiais militares reivindicarem aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana (PT-CE). Mais de 230 policiais foram afastados das funções por envolvimento no motim, com a instauração de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD).
O governo federal determinou que o emprego da Força Nacional no Ceará, na chamada Operação Mandacaru, tenha como foco a capital do estado, Fortaleza.
A crise no Ceará só foi resolvida pela ação do Governo Federal, Forças Armadas e Força Nacional que protegeram a população e garantiram a segurança.Explorar politicamente o episódio, ofender policiais ou atacá-los fisicamente só atrapalharam.Apesar dos Gomes,a crise foi resolvida https://t.co/Y7eb5Cnp80
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 2, 2020
Moro completou. “Em janeiro de 2019, o governo federal, desta vez pela Força Nacional, força de intervenção penitenciária, PF e PRF, já havia atuado no estado do Ceará para, junto com as forças locais, debelar os atentados dos grupos criminosos organizados”, concluiu.
- Os policiais terão apoio de instituições que não pertencem ao governo do estado, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública e Exército;
- Os policiais terão direito a um processo legal sem perseguição, com amplo direito a defesa e contraditório, e acompanhamento das instituições mencionadas anteriormente;
- O governo do Ceará não vai realizar transferências de policiais para trabalhar no interior do estado em um prazo de 60 dias contados a partir do fim do motim;
- Os policiais militares devem retornar ao trabalho já no dia 2 de março, esta segunda-feira.