Moro sobre interferência na PF: “Trocas de diretores falam mais alto”
O ex-ministro de Bolsonaro comentou parecer da Polícia Federal que descarta interferência do presidente Bolsonaro na instituição
atualizado
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O ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Sergio Moro (podemos), criticou relatório da Polícia Federal que descarta interferência do presidente na instituição. O documento com conclusão da PF foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (30/3).
As conclusões da PF referem-se ao inquérito aberto em 2020, quando ao deixar o Ministério da Justiça, Moro acusou o presidente da República de interferir em investigações da PF. O curso da investigação não confirmou as acusações.
Assim, Moro usou seu Twitter para comentar a situação:
“Certamente, as quatro trocas de diretores da PF falam mais alto do que as 150 páginas desse documento”, disse.
Veja:
A Policia Federal produziu um documento de 150 páginas para dizer que não houve interferência do presidente na PF. Mas certamente, as quatro trocas de diretores da PF falam mais alto do que as 150 páginas desse documento.
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 30, 2022
À época, Moro acusou Bolsonaro de desrespeitar a autonomia da PF, ao cobrar a demissão do então chefe da instituição, Maurício Valeixo, e querer colocar outra pessoa no cargo.
Valeixo era homem de confiança de Moro e chegou à direção da PF indicado pelo próprio ex-juiz. Quando o presidente solicitou a troca no comando da corporação, o então ministro tentou reverter a decisão, mas, sem sucesso, acabou pedindo demissão, e fez a denúncia contra o presidente.
Moro disse que Bolsonaro cobrou a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro e exonerou o então diretor-geral da corporação. O objetivo, segundo o ex-ministro, seria blindar investigações de aliados. Desde então, Moro e Bolsonaro tornaram-se desafetos.