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Moro rebate nota da Polícia Federal: “Não prende grandes tubarões”

Em entrevista, ex-juiz rebateu comunicado da corporação que afirma que ele mente ao acusar não haver mais investigações de corrupção

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1 de 1 sp sergio moro - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) rebateu, nesta quarta-feira (16/2), as críticas feitas pela Polícia Federal na terça-feira (15/2). Por meio de nota enviada à imprensa, o órgão afirmou que o ex-juiz “mente” ao dizer que “não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção”.

Como resposta, dada em entrevista à Rádio Rio FM, de Aracaju, Moro declarou que a corporação não prende “grandes tubarões”.

“Não é só uma questão de quantidade, mas de quem está sendo preso. Prendeu o bagrinho da corrupção? Isso sempre teve. Prendeu lá um funcionário público que cobrou propina para conceder uma licença, um guarda que deixa de aplicar uma multa. Isso tem. Agora grande corrupção, os grandes tubarões… Não está tendo prisão nenhuma. A gente não ouve falar nada sobre isso”, pontuou.

O ex-juiz ainda minimizou o teor da nota, ao dizer que não é um posicionamento da PF como um todo, mas apenas da atual direção. “Essa nota não é da PF. É da atual direção da PF. A direção atual não representa o que pensam as pessoas que compõem a instituição”, frisou.

Nesta quarta, Moro direcionou uma publicação nas redes sociais ao corpo técnico da PF: “Vocês vão voltar a ser valorizados”.

Veja:

Entenda o caso:

Na segunda-feira (14/2), em entrevista à Rádio Jovem Pan, Moro criticou as chamadas “interferências” de Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal.

“Os delegados e os agentes não estão tendo a possibilidade de trabalhar. A gente tem ouvido de vários superintendentes sendo afastados. Teve aquele caso do Amazonas do Alexandre Saraiva, que foi afastado porque teve um processo que acabou batendo de frente com o ministro anterior do Meio Ambiente. Não lembro o nome dele”, disse, na ocasião.

Em resposta, a corporação afirmou, por nota, que as críticas de Moro são “ataques descabidos”. No texto, a Polícia Federal ressaltou que “Moro mente quando diz que ‘hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção'”.

“A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos”, reagiu a instituição.

A corporação também defendeu que o presidenciável fez ilações ao associar um eventual enfraquecimento no combate à corrupção com o afastamento de superintendentes – que, de acordo com Moro, “apenas estavam fazendo o trabalho deles”.

“O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração. Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No total, foram quase 10 mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior”, prosseguiu a PF.

De amigos a rivais: a relação de Sergio Moro com Jair Bolsonaro

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro

Igo Estrela/Metrópoles
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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente

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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão

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Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão

HUGO BARRETO/ Metrópoles
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Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro

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Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República

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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas

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