Moro: “Inviável juízo de valor” sobre indiciados por golpe de Estado
Ex-juiz da Lava Jato, o senador declarou que é inviável ter posição formada antes de relatório se tornar público. Polícia indiciou 37 nomes
atualizado
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O ex-juiz da Operação Lava Jato e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse neste sábado (23/11) que “é inviável qualquer juízo de valor” sobre os 37 nomes indiciados pela Polícia Federal (PF), incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por suposta tentativa de golpe depois das eleições de 2022.
De acordo com o parlamentar, só poderá ser formada uma opinião depois do relatório da PF se tornar público.
“Sem que o relatório do inquérito seja tornado público é inviável qualquer juízo de valor. A opinião pública não pode ser pautada pela informação isolada sobre o indiciamento”, publicou o senador na rede social X.
Moro foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro de 2019 a abril de 2020. O agora senador deixou a gestão do ex-presidente rompido com a família Bolsonaro. Alegou, na época, que o ex-chefe do Executivo queria “interferir politicamente” na PF.
Em 2022, no entanto, Moro buscou colar sua imagem em Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Assim, foi eleito senador pelo Paraná.
Além de Bolsonaro, estão na lista de indiciados ex-colegas de Esplanada de Moro, como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno. Há também o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Todos da lista foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O resultado do inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.