Moro é lembrando nas carreatas de apoio à Lava Jato e comenta manifestações
Alguns manifestantes pediram Moro presidente em 2022 e criticaram o presidente Jair Bolsonaro, mas principal alvo foi o PGR Augusto Aras
atualizado
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Após apoiadores da Lava Jato realizarem carreatas neste sábado (15/8) pelo país, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro também se manifestou, mas nas redes sociais. Segundo o ex-juiz da operação, o povo brasileiro não tolera mais a corrupção.
“Carreatas no Brasil em favor da Lava Jato. O legado da Lava Jato é do povo brasileiro que não admite corrupção, desvio de dinheiro público e impunidade”, teclou Moro na conta do Twitter.
Para evitar aglomeração durante a pandemia do novo coronavírus, os atos foram organizados forma de carreata. No Distrito Federal, de acordo com os policiais militares presentes, cerca de 30 a 35 carros participaram do evento que durou quase três horas.
Veja imagens da manifestação motorizada:
Segundo a coordenadora local do movimento Vem Pra Rua, Celina Ferreira, 47 anos, a manifestação tem como objetivo fortalecer a Lava Jato diante dos ataques do atual Procurador-Geral da República, Augusto Aras.
“Não é uma manifestação contra a Procuradoria-Geral da República. É em relação ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, que está praticando atos de ataque à Lava Jato, de ataque aos seus procuradores, que devem ter independência funcional e não estão tendo”, destacou a ativista.
Para ela, o foco da manifestação foi exclusivamente a defesa da Lava Jato. Mas alguns participantes também se manifestaram contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e defenderam Sergio Moro como candidato à presidência em 2022.
A professora aposentada Sandra Moreno participou da manifestação e estampou no carro a frase: “Fora Bolsonaro”. “Eu sou uma das pessoas que elegeu esse governo. Mas assim que eu comecei a perceber a intenção do presidente em proteger e ocultar tudo aquilo que a gente queria expor, eu já me posicionei pela saída dele”, afirmou.
Entenda
O procurador-geral da República, Augusto Aras, tem criticado a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. As falas dele sobre o assunto lançam incertezas sobre o destino da operação que desbaratou um esquema bilionário de corrupção, alterou a correlação de forças da política nacional e levou à cadeia importantes líderes do país, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Até setembro, Aras vai decidir o futuro do grupo coordenado pelo procurador Deltan Dallagnol, mas já deixou claro que pretende impor uma “correção de rumos” com a adoção de um novo modelo de investigação, sem métodos “personalistas” nem “caixas-pretas”.
Depois das interferências políticas do governo na Polícia Federal, no Coaf e na Receita, a Lava Jato virou a bola da vez, alvo de um “alinhamento de interesses” nos bastidores que inclui Aras, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), uma ala do STF (Supremo Tribunal Federal) e partidos de variados espectros ideológicos, incluindo figuras do Centrão, bolsonaristas e da oposição.
Até parlamentares do PT elogiaram a postura de Aras contra a Lava Jato, algoz da cúpula do partido.