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Moro bateria Lula no 1º turno se fosse candidato, aponta sondagem

Pesquisa revela que, se o juiz federal fosse candidato ao Planalto contra o petista, ganharia com 57,9% dos votos

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Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Sérgio Moro
1 de 1 Sérgio Moro - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Famoso por sua atuação à frente da Operação Lava Jato em primeira instância, o juiz paranaense Sérgio Moro bateria com facilidade — e ainda no primeiro turno — o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso fosse candidato à Presidência e as eleições fossem hoje. É o que mostra levantamento do Instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira (26/7). Se fosse candidato, o juiz teria 57,9% dos votos ante 21,3% de Lula, que já governou o país por dois mandatos e elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff, agora afastada da Presidência. Outros 13,9% dos entrevistados disseram que não votariam em nenhum dos dois; e 6,9% não souberam ou não quiseram opinar.

Apesar das citações recorrentes nas investigações que apuram desvios bilionários na Petrobras, Lula vem se mantendo na liderança das pesquisas de intenção de votos para a eleição presidencial de 2018. Ele é acusado de ter sido o beneficiário de um sítio montado por empreiteiras envolvidas no Petrolão e também de ter um apartamento no Guarujá (SP) reformado por empreiteiras.

Essa não é a primeira vez que um juiz com atuação destacada no combate à corrupção aparece com chances reais em simulações para eleição presidencial. Então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa chegou a figurar com boas chances entre os presidenciáveis de 2014. Ele, no entanto, não se candidatou.

O diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, avaliou que a divisão entre Lula e Moro, nesse caso, reflete uma espécie de luta do “herói” contra o “vilão”, devido às investigações que atingiram o ex-presidente. “É uma visão positiva da ação que vem sendo conduzida pelo juiz”, disse.

Questionados, porém, sobre o que achavam da possibilidade de Moro concorrer à Presidência, os entrevistados mostraram-se divididos: 51,8%, pouco mais da metade, disseram que concordariam. Os contrários à candidatura somaram 44,3%. Não souberam ou não quiseram opinar 3,9%.

“A população avalia que Moro, no lugar que está, cumpre o seu papel. Isso representa uma certa satisfação com a atual situação”, prosseguiu Hidalgo.

Prisão
Apesar do elevado volume de denúncias que envolvem Lula, 67,8% da população acredita que ele não será preso. Apenas 28% dos entrevistados apostam que ele será levado ao cárcere. Não souberam ou não responderam 4,2%.

Os escândalos de corrupção que atingiram em cheio o seu partido, o PT, continuam a dividir opiniões com relação à legenda. Para 50,4% dos entrevistados, é indiferente que um candidato seja filiado à sigla de Lula. Outros 42,9% disseram que a filiação ao grupo faz com que eles tenham menos vontade de votar no político. Apenas 3,9% disseram que teriam mais vontade. Não souberam ou não responderam 2,8% dos questionados.

Agora, se o candidato já tiver seu nome envolvido em investigações da Lava Jato, 91,5% responderam que não votariam mais nele. Apenas 5,9% ainda votariam e 2,6% não responderam.

Foro privilegiado
Com o elevado número de parlamentares e ministros envolvidos em investigações por corrupção, a imensa maioria da população diz ser contra a manutenção do foro privilegiado, que garante aos deputados, senadores, ministros de Estado e ao presidente da República serem investigados apenas pelo STF. Um total de 92,5% dos brasileiros acredita que o instituto do foro privilegiado deveria ser extinto, e os políticos federais deveriam, então, ser julgados pela Justiça comum. Em contrapartida, 4,3% dos entrevistados acreditam que deve haver foro privilegiado, e 3,2% não souberam ou não responderam.

Para Hidalgo, essa opinião reflete, sobretudo, uma vontade de igualdade entre cidadãos e políticos — especialmente após a decepção devido aos esquemas sendo desarticulados na Lava Jato. “É um grito por igualdade”, avaliou.

A discussão ganhou bastante repercussão, especialmente a partir da indicação de Lula para assumir a Casa Civil antes do afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.

Após a condução coercitiva do petista para prestar informações à Polícia Federal sobre seu possível envolvimento no Petrolão, em março deste ano, Lula foi indicado para ser ministro-chefe da Casa Civil. A nomeação foi vista como uma manobra do governo para colocar o petista sob o manto do foro privilegiado e, dessa forma, impedir que ele fosse julgado por Sérgio Moro, que atua na primeira instância.

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