Moraes tira delegado de inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF
Magistrado também anulou pedidos de informações de atos administrativos do atual diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afastou, nesta sexta-feira (27/8), o delegado Felipe Leal das investigações sobre uma “interferência” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal, abertas a partir de denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
Em seu despacho, o magistrado também anula pedidos de informações, feitos por Leal à PF, de atos administrativos do atual diretor-geral da corporação, Paulo Maiurino, que está à frente do cargo desde abril deste ano.
Moraes afirma que várias das providências tomadas por Leal “não estão no escopo desta investigação”. Entre tais providências, está um pedido à Procuradoria-Geral da República de um procedimento instaurado para verificar a procedência da notícia de relatórios produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e/ou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro.
“[As providências] Se referem a atos que teriam sido efetivados no comando do DPF Paulo Maiurino, que assumiu a Diretoria-Geral da Polícia Federal em 6/4/2021, ou seja, após os fatos apurados no presente inquérito e sem qualquer relação com o mesmo”, explica Moraes.
Troca de delegados
Felipe Leal queria incluir, no inquérito sobre a suposta interferência de Bolsonaro, as decisões de Maiurino que levaram à troca de delegados que atuaram em investigações sobre o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
No despacho desta sexta, Alexandre de Moraes determina que o inquérito seja remetido a Maiurino, a quem caberá designar um novo delegado para dar continuidade às investigações.
Veja a íntegra do despacho de Moraes:
Alexandre de Moraes afasta delegado de ação contra Bolsonaro by Metropoles on Scribd