Moraes questiona governo federal sobre extradição de Allan dos Santos
Ministro do Supremo deu prazo de 5 dias ao Ministério da Justiça para explicações sobre esforços para prender foragido nos EUA
atualizado
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O militante bolsonarista Allan dos Santos, que foi dono do extinto site Terça Livre, está foragido nos Estados Unidos desde outubro do ano passado, quando teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta segunda (14/3), Moraes determinou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que preste informações sobre o que já foi feito pela pasta para garantir a extradição de Santos. O prazo determinado para a resposta é de cinco dias.
Aliado próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos no Supremo: o de fake news e ataques a ministros da Corte e o das milícias digitais.
Em sua decisão desta segunda, Moraes determinou que o secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, explique detalhadamente as medidas adotadas para assegurar a extradição junto ao governo dos Estados Unidos.
O processo de extradição vem sendo alvo de polêmicas. Em novembro do ano passado, o governo federal exonerou a delegada Silvia Amelia, então chefe do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, após ela ter dado início a esse pedido junto à Interpol. O governo nega que a troca tenha qualquer ligação com a extradição do blogueiro.
Foragido e debochado
Investigado por crimes como lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, Santos não faz questão de se esconder nos EUA. Apesar de bloqueado, também por ordem de Moraes, das redes sociais com sede no Brasil, o militante tem buscado maneiras de burlar as restrições para continuar a ofender as autoridades brasileiras.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Metrópoles revelou que Santos burlava a proibição de ter perfil no Instagram e, por meio de uma conta alternativa, posava com fuzis e postava vídeos de si mesmo cantando um blues que ofende Alexandre de Moraes.
O foragido também segue convivendo com pessoas ligadas a Bolsonaro e até com autoridades do primeiro escalão. Em janeiro deste ano, conforme também foi revelado pelo Metrópoles, Santos participou de evento religioso na Flórida ao lado do ministro das Comunicações, Fábio Faria, e do ex-jogador de futebol Rivaldo.
A interlocução do militante com o Brasil, porém, sofreu duro golpe no último dia 26 de fevereiro, quando o Telegram bloqueou o canal do extremista cumprindo outra decisão do ministro Alexandre de Moraes. A rede afirmou que o canal, que tinha 128 mil seguidores, “violou as leis locais”.