Moraes quebra sigilo bancário de Zambelli, hacker e mais 4 envolvidos
O ministro do STF Alexandre de Moraes também mandou a PF realizar busca e apreensão em ao menos quatro endereços da deputada Carla Zambelli
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilo bancário dos envolvidos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e na inserção de alvarás de solturas falsificados no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
A Polícia Federal (PF), cumpriu, nesta quarta-feira (2/8), mandados de busca e apreensão no apartamento funcional e no gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), além de um mandado de prisão contra Walter Delgatti Neto, conhecido como “hacker da Vaza Jato”.
A decisão de Moraes autorizou a quebra do sigilo bancário das contas de Carla Zambelli, Walter Delgatti Neto, Jean Hernani Guimarães Vilela, Renan César Silva Goulart, Thiago Eliezer Martins Santos e da empresa do hacker da Vaza Jato, a Delgatti Desenvolvimento de Sistemas.
Moraes pediu que fossem revelados apenas os dados das transações no período de 1 de junho de 2022 a 1º de junho de 2023.
Quem são os envolvidos?
Carla Zambelli: deputada federal filiada ao Partido Liberal. Ele é investigada por pagar um hacker para invadir os sistemas do CNJ e BNMP.
Walter Delgatti Neto: conhecido como hacker da Vaza Jato, ele trabalha para a deputada Carla Zambelli desde agosto de 2022. Com a operação da PF, Delgatti foi preso pela terceira vez desde os vazamentos de conversas de autoridades.
Jean Hernani Guimarães Vilela de Sousa: assessor parlamentar de Carla Zambelli, como mostra quadro de funcionários do gabinete dela na Câmara dos Deputados. Em 2020, Sousa era servidor do gabinete da então deputada federal Joice Hasselmann.
Renan César Silva Goulart: assessor parlamentar do irmão de Carla Zambeli, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), segundo informações do portal da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Thiago Eliezer Martins Santos: outro hacker envolvido nos vazamentos das conversas de Sergio Moro (União Brasil-PR) e Deltan Dallagnol. Santos é acusado de liderar o grupo dos hackers que invadiu o Telegram dos então procuradores.
Delgatti Desenvolvimento de Sistemas: empresa do hacker Delgatti ativa desde 28 de agosto de 2022, na categoria de microempreendendor Individual (MEI), conforme informações presentes no site da Receita Federal.
Veja:
Apreensão de armas e bens
O ministro também mandou o Departamento de Polícia Federal realizar busca e apreensão em pelo menos quatro endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL). A determinação foi para que a PF fizesse apreensão de “armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, passaporte, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos investigados”.
Pontos da decisão de Moraes
A decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou:
— A adoção de todas as medidas necessárias a verificar a existência de eventuais cômodos secretos ou salas reservadas em quaisquer dos endereços diligenciados;
— Pedido de cópias ou apreensão dos registros de controle de ingresso nos endereços relacionados, caso existam;
— Busca e apreensão em veículos automotores eventualmente encontrados no endereço e nos armários de garagem, quando as circunstâncias fáticas indicarem que o investigado faz uso de tais veículos, ainda que não estejam registrados em seu nome;
— Acesso e a análise do conteúdo (dados, arquivos eletrônicos, mensagens eletrônicas e e-mails) armazenado em eventuais computadores, servidores, redes, inclusive serviços digitais de armazenamento em nuvem”, ou em dispositivos eletrônicos de qualquer natureza, por meio de quaisquer serviços utilizados, incluindo aparelhos de telefonia celular que forem encontrados, bem assim para a apreensão, se necessário for, dos dispositivos de bancos de dados, DVDs, CDs ou discos rígidos.
— Acesso e a análise do conteúdo dos computadores e demais dispositivos no local das buscas e de arquivos eletrônicos apreendidos, mesmo relativo a comunicações eventualmente registradas, inclusive dados armazenados “em nuvem”;
— Apreensão de dinheiro e bens (joias, veículos, obras de arte e outros objetos) em valores superiores a R$ 10 mil, desde que não comprovada cabalmente, no local dos fatos, a origem licita.
O Metrópoles tentou entrar em contato com a deputada Carla Zambelli, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.