Moraes, do STF, dá cinco dias para PF ouvir Weintraub sobre fake news
Em 21 de janeiro, o ministro do Supremo abriu investigação preliminar contra ex-ministro da Educação
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta segunda-feira (24/1), que a Polícia Federal ouça o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub na investigação sobre uma entrevista em que ele veicula “informações falsas acerca da atuação do STF e de condutas relacionadas a um de seus membros”.
A PF tem cinco dias para colher o depoimento de Weintraub. Além disso, foi expedido ofício à empresa YouTube Brasil para que disponibilize, no prazo máximo de 48 horas, a íntegra do material relacionado à entrevista objeto do vídeo publicado pelo canal Cortes do Inteligência [OFICIAL], em 17 de janeiro de 2022.
Veja o link relacionado no processo:
Investigação
Em 21 de janeiro, Alexandre de Moraes abriu um procedimento para apurar acusações feitas pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. A investigação fazia parte do Inquérito das Fake News e foi desmembrada para apuração.
Moraes incluiu as declarações feitas por Weintraub durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda. Na ocasião, o ex-chefe da Educação afirmou que um dos ministros do STF, que negou habeas corpus a ele, havia tentado comprar sua casa num condomínio fechado, mesmo sem ela estar à venda. Weintraub estava nos EUA à época.
“Moro numa casa, num condomínio fechado, uma casa boa. Um juiz do STF estava procurando casa na região, dentro do condomínio. Viu a minha casa e falou: ‘Pô, casa bonita, hein? De quem é?’ Falaram: ‘Abraham Weintraub’. ‘Pergunta para ele se não quer vender para mim’. O que acha disso? É adequado?”, declarou Weintraub na entrevista.
O ex-ministro ainda disse que foi chamado de covarde por ter fugido para outro país. Embora o STF nunca tenha pedido a prisão dele, havia o temor dessa possibilidade. Weintraub é investigado pelos ataques feitos contra o STF, em 2020.
Veja pedido de investigação à PF para “elucidar os fatos”, de acordo com o ministro:
Despacho Alexandre de Moraes by Manoela Alcantara on Scribd
Fake news
Em junho de 2020, o STF formou maioria pela rejeição do pedido que pretende tirar Weintraub do Inquérito das Fake News. Os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Rosa Weber e Dias Toffoli votaram contra a retirada.
À época, Fachin não acolheu o habeas corpus apresentado pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, hoje ministro do STF. Para Fachin, a peça não foi o tipo de ação adequada para questionar a atuação do Supremo frente ao inquérito.