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Moraes: Braga Netto agiu de forma “dolosa” para obstruir investigação

Ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, Braga Netto foi preso por determinação de Moraes neste sábado no Rio

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Braga Netto
1 de 1 Braga Netto - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Ao determinar a prisão do general Walter Braga Netto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse que a Polícia Federal (PF) apontou “provas robustas” de que o general esteve envolvido no processo de planejamento e execução de um golpe de Estado em 2022 para prender ou matar Moraes, que era o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a chapa eleita de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). A trama golpista visava, segundo a PF, impedir a posse de Lula.

Moraes lembra que o golpe não se consumou “por circunstâncias alheias às suas vontades, além de [Braga Netto] ter atuado no sentido de obstruir as investigações em curso, por meio de obtenção ilícita de dados de colaboração premiada”.

O ministro-relator do inquérito do golpe no STF destacou ainda “a existência de conduta dolosa” de Braga Netto “no sentido de não só impedir como embaraçar as investigações” sobre a trama golpista.

A determinação de prisão preventiva, expedida na terça-feira (10/12), foi cumprida apenas neste sábado (14/12) porque Braga Netto estava em viagem com a família e só retornou na sexta (13/12) à noite. O sigilo da decisão de Moraes foi retirado após o cumprimento do mandado de prisão.

Segundo Moraes, a partir de informações da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto também teria atuado de forma direta e pessoal no financiamento das ações ilícitas, fornecendo dinheiro em uma sacola de vinho, o que confirma sua atuação nos atos criminosos.

Prisão de Braga Netto

O general foi preso em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde estava com sua família, após retornar de uma viagem a Alagoas, estado conhecido como caribe brasileiro. A estratégia da Polícia Federal foi aguardá-lo voltar para evitar expô-lo ao constrangimento diante de seus familiares.

Braga Netto retornou da viagem na noite dessa sexta-feira (13/12). Como as buscas só podem ser feitas durante o dia, a operação foi deflagrada neste sábado.

O ex-ministro de Jair Bolsonaro foi indiciado pela PF por sua participação em dois núcleos dentro do grupo que teria planejado o golpe. O primeiro, denominado Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado, e o segundo, o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas. Nesse contexto, o general teria sido responsável por eleger alvos para ataques pessoais contra militares que se opunham ao movimento golpista, além de influenciar e incitar apoio de outros setores.

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