Moraes autoriza transferência de 2 “kids pretos” presos para Brasília
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo e o general da reserva Mário Fernandes foram presos na Operação Contragolpe
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que sejam transferidos para Brasília (DF) dois militares presos no âmbito das investigações de uma trama golpista no governo de Jair Bolsonaro (PL). Atualmente, ambos estão presos em unidades militares do Exército no Rio de Janeiro.
A decisão desta segunda-feira (2/12) autoriza a transferência do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo e do general da reserva Mário Fernandes (foto em destaque – Rodrigo à direita e Mário à esquerda) para instalações do Comando Militar do Planalto, em Brasília. Os dois oficiais são investigados por suposta participação em plano para decretar golpe de Estado em 2022.
Ambos são “kids pretos”, ou seja, militares da unidade de elite do Exército Brasileiro do Comando de Operações Especiais (Copesp), e foram presos no âmbito da Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 19 de novembro.
Moraes ainda estabeleceu que sejam observadas as “regras para a sua patente, para cumprimento da prisão preventiva determinada nestes autos, e observadas, igualmente, as Normas Administrativas para Prisão Especial (Nape), que têm por finalidade regular os procedimentos adotados em caso de prisão especial de militares que se encontram à disposição das Justiças Militar ou Comum”.
O ministro do STF também autorizou que os militares podem ser visitados pela esposa e pelos filhos, de forma presencial ou virtual. “Determino que todas as demais visitas deverão ser previamente autorizadas por este relator, exceto os advogados com procuração nos autos, que deverão obedecer às normas regulamentares do batalhão onde os presos encontram-se recolhidos”, frisou o ministro.
Na última semana, a Polícia Federal (PF) concluiu as investigações sobre a trama golpista ocorrida nos últimos dias do governo de Jair Bolsonaro, em 2022, e decidiu pelo indiciamento de 37 envolvidos, entre os quais consta o próprio ex-presidente.
O texto final com o resultado das investigações, então, foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, o procurador Paulo Gonet avaliará o material e decidirá se oferece denúncia.
O relatório final das investigações narra uma trama para decretar golpe de Estado nos meses finais de 2022, a fim de impedir que o então candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumisse a Presidência da República e, assim, manter Jair Bolsonaro no cargo.