Moraes amplia prazo para PF investigar vídeo de Roberto Jefferson
Enquanto estava preso, presidente afastado do PTB aproveitou estadia em hospital para gravar vídeo orando em desfavor de ministro do STF
atualizado
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Preso desde agosto do ano passado, após divulgar vídeo no qual, armado com fuzil, ameaçava ministros do Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado federal e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson aproveitou uma estadia autorizada pela Justiça em um hospital particular, em outubro do ano passado, para divulgar nova gravação, dessa vez orando em desfavor do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Responsável pelo inquérito sob o qual o político está cumprindo prisão preventiva (em regime domiciliar desde janeiro último), Moraes havia determinado a investigação das circunstâncias em que foi feito e distribuído esse segundo vídeo.
Nesta terça (8/2), o magistrado concedeu mais 15 dias de prazo para que a Polícia Federal termine de ouvir 14 pessoas indicadas pelo Ministério Público no âmbito dessa investigação, grupo que inclui funcionários do hospital particular Samaritano Barra, no Rio de Janeiro.
A própria PF pediu esse prazo a mais, alegando que está sendo complicado identificar todos os citados porque os funcionários estão “assoberbados com a crise epidêmica da Covid-19” e há citados que não residem na cidade do Rio de Janeiro.
“Verifica-se a pertinência da solicitação de dilação do prazo para o encerramento da referida diligência, notadamente em razão das dificuldades em intimar as pessoas a serem ouvidas, especialmente diante da pandemia da Covid-19, e em observância à estratégia lógico investigativa adotada pela Polícia Federal”, escreveu Moraes ao acatar o pedido e dar prazo de 15 dias a partir desta terça para a conclusão dos depoimentos.
Orando em desfavor de “Xandão”
No vídeo gravado no hospital e distribuído a aliados, que foi noticiado pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Jefferson cita trechos bíblicos para atacar o ministro do Supremo, a que se refere como “Xandão”.
“Que estranhos saqueiem o fruto de seu trabalho, que ninguém o trate com bondade nem tenha misericórdia de seus filhos órfãos, porque o Xandão não tem misericórdia da família de ninguém. Que sejam exterminados seus descendentes e desapareçam seus nomes”, diz o político na gravação. Veja a íntegra:
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Em prisão domiciliar
O mandado de prisão preventiva de Roberto Jefferson está ativo há mais de seis meses e veta também manifestações suas em entrevistas ou redes sociais. Em 24 de janeiro deste ano, o ministro Alexandre de Moraes substituiu a prisão preventiva do ex-deputado pela prisão domiciliar.
Assim, Jefferson cumpre a medida em casa, na cidade de Comendador Levy Gasparian (RJ). Jefferson é obrigado ainda a cumprir medidas cautelares, como usar tornozeleira eletrônica e não manter contato com investigados.