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Moradores do Jacarezinho protestam contra abuso policial após operação

Ministério Público criou serviço de atendimento 24h para receber denúncias de casos de violência e abusos durante as ações policiais

atualizado

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BETINHO CASAS NOVAS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Moradores do Jacarezinho se desesperam durante operação policial
1 de 1 Moradores do Jacarezinho se desesperam durante operação policial - Foto: BETINHO CASAS NOVAS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Rio de Janeiro – Moradores do Jacarezinho, na zona norte da cidade, estão reunidos na Avenida Dom Helder Câmara e na Avenida Democráticos, para protestar contra as mortes de moradores da comunidade e para denunciar abusos policiais durante a Operação Exceptis, iniciada na manhã desta quinta-feira (6/5).

Até a última atualização, às 13h, 25 pessoas morreram na operação, entre elas um policial civil.

Também  no início da tarde, criminosos atearam fogo em um barraco, gerando muita fumaça para dificultar a ação da polícia no interior da favela. O comércio foi fechado por ordem dos traficantes, assim como escolas e postos de saúde.

Em nota, a Polícia Civil informou que a ação, batizada de Operação Exceptis, é resultado de investigação contra a organização criminosa que atua na comunidade e coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

O grupo é investigado pelo aliciamento de crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território, explorando os menores para práticas como o tráfico de drogas, roubo de cargas, roubos a transeuntes, homicídios e sequestros de trens da Supervia, dentre outros crimes praticados na região.

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Bandidos foram flagrados fugindo pelos telhados das casas
A defensora pública, Mariana Castro, aponta que dos quatro defendidos pela Defensoria Pública, três tinham mandados de prisão contra eles
Armados, bandidos fogem saltando entre telhados no jacarezinho
Policiais civis fazem buscas na plataforma da estação de trem que fica no Jacarezinho. três policiais foram baleados
Policiais retiram corpo da comunidade
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André Frias, agente da Delegacia de Combate às drogas, foi baleado na cabeça e não resistiu

Reprodução/redes sociais
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Bandidos foram flagrados fugindo pelos telhados das casas

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A defensora pública, Mariana Castro, aponta que dos quatro defendidos pela Defensoria Pública, três tinham mandados de prisão contra eles

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Armados, bandidos fogem saltando entre telhados no jacarezinho

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Policiais civis fazem buscas na plataforma da estação de trem que fica no Jacarezinho. três policiais foram baleados

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Policiais retiram corpo da comunidade

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Quantidade de cápsulas deixada pelo tiroteio assusta

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Um dos mortos estava em um beco na comunidade

Operações suspensas

Desde junho do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, após comunicação ao Ministério Público.

O Metrópoles solicitou ao Ministério Publico o número de queixas e a quantidade atualizada de operações policiais informadas pela polícia, mas ainda não teve retorno.

O Ministério Público criou um serviço de atendimento 24 horas para receber denúncias de casos de violência e abusos durante as ações policiais em comunidades. Ainda não divulgou um balanço das denúncias recebidas por conta da operação no Jacarezinho.

As denúncias por áudios, fotos e vídeos podem ser enviadas para o WhatsApp (21) 2215-7003 ou pelo e-mail gt-adpf635@mprj.mp.br. A medida cumpre decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte determinou em junho do ano passado que as intervenções realizadas sejam apenas em caráter excepcional.

Um grupo de promotores vai analisar as denúncias. De junho de 2020 a abril deste ano foram registradas mais de 500 operações policiais. Em abril, o Supremo realizou duas audiências públicas com a participação da sociedade civil para discutir a violência e redução da letalidade nas comunidades do Rio.

“Nas audiências, os recados foram muito nítidos. Não dá para continuar com a política de extermínio. O que está em disputa em relação à avaliação dessa operações é justamente o que é essa excepcionalidade que colocam moradores reféns do medo e tiroteio”, afirmou Guilherme Pimentel, Ouvidor-Geral da Defensoria Pública do Estado.

A planilha de operações policiais comunicadas ao órgão, sem detalhes, é publicada no portal da instituição. Só na Região Metropolitana do Rio, a plataforma Fogo Cruzado registrou, de 1º de janeiro a 16 de março, 384 pessoas baleadas em situações com a presença de agentes de segurança.

Nas ações, 165 civis e 18 policiais morreram, e 201 ficaram feridos. Procuradas, as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro não se pronunciaram.

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