Moradores de Paraisópolis protestam contra abuso policial em operação
Operação Saturação, da PM de São Paulo, aconteceu há 15 dias e tinha objetivo de localizar duas mulheres desaparecidas
atualizado
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São Paulo – Moradores de Paraisópolis, em São Paulo, tomaram as ruas da capital para protestar contra abordagens violentas da Polícia Militar do estado, nos últimos 15 dias, durante ações na comunidade. Aos gritos de “favela pede paz”, os manifestantes exibiram cartazes sobre o caso conhecido como o Massacre de Paraisópolis, em que 9 jovens foram mortos após ação da PM, em dezembro de 2019. Nove dos 31 policiais envolvidos foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O ato saiu da Rua Itamotinga e está na Avenida Giovanni Gronchi, fechando parte da via. Manifestantes rezaram um pai nosso e gritaram “chega de opressão!”. Em outro momento, cantaram Rap da Felicidade, de Cidinho e Doca, aos gritos de “nossas crianças querem viver”
Aos gritos de “favela pede paz”, cartazes também lembram massacre de Paraisópolis, em que 9 jovens foram mortos após ação da PM, em dezembro de 2019. 9 dos 31 policiais envolvidos foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. pic.twitter.com/3Uvicfxc2o
— Ponte Jornalismo (@pontejornalismo) June 29, 2021
De acordo com a Ponte Jornalismo, as operações tinham o objetivo de encontrar duas mulheres que desapareceram enquanto estavam numa danceteria na região. A Secretaria da Segurança Pública confirma as incursões em Paraisópolis e diz que elas fazem parte da Operação Saturação, na qual 19 pessoas foram presas, quatro foragidos recapturados e um adolescente apreendido.
A diarista Telma Lima, de 52, mora há 40 anos na comunidade e também afirma que a violência ficou mais intensa nos últimos 15 dias. “Aqui também tem trabalhadores, nós não temos culpa sobre as meninas que desapareceram, a polícia tem que investigar, não oprimir”, afirma.