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Moradores de Paquetá comemoram início de estudo de vacinação em massa

Estudo epidemiológico começou com a coleta de sangue dos residentes da ilha. Imunização será feita no próximo domingo (20/6)

atualizado

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vacinação rio de janeiro
1 de 1 vacinação rio de janeiro - Foto: Bruno Menezes/Metrópoles

Rio de Janeiro – As equipes de saúde e de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram, nesta quinta-feira (17/6), a coleta de sangue dos moradores da Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, no Rio, ação acompanhada pelo Metrópoles com exclusividade. A ilha foi escolhida para o estudo epidemiológico de vacinação em massa semelhante ao realizado em Serrana, no interior de São Paulo.

Em Serrana, foi possível constatar que, após atingir o percentual de 75% da população vacinada, o município, de 45 mil habitantes, apresentou uma redução significativa na identificação de novos casos de Covid-19 e no número de óbitos relacionados à doença.

Paquetá tem uma população de 4.180 moradores, dos quais 3.530 têm acima de 18 anos, de acordo com a relação de cadastrados na Estratégia Saúde da Família. A coleta de sangue será feita também nesta sexta-feira (18/6) e no sábado (19/6). A imunização dos moradores será feita no domingo (20/6).

A coleta foi organizada em horários para cada faixa etária e, nesta quinta-feira, contemplou, em sua maioria, aqueles mais idosos, com a programação vacinal com duas doses completas. Para o morador James Skea, 60 anos, a expectativa é de que a ação facilite a retomada de uma vida com hábitos semelhantes aos anteriores à pandemia.

“A expectativa é a melhor possível. Recebi a primeira dose em abril e serei vacinados novamente domingo. A gente espera que, se tudo dê certo, possamos voltar ao mais perto do normal, com baixa circulação do vírus na ilha”, disse.

Máscaras e higienização das mãos

Já para o morador Antônio Carlos de Souza, de 74 anos, a expectativa é de que após a vacinação não haja mais casos de contaminados em Paquetá. “E, com isso, que a ilha volte a ser um destino para os turistas. Espero que eles venham para cá e não encontrem mais o vírus”, afirmou.

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Antônio Carlos, 74 anos, espera que, com a ação,  turistas voltem à ilha, e que o vírus vá embora
Lúcia Abreu lembra que agora a hora é de vacinar e não de Carnaval em Paquetá
Início do experimento de vacinação em massa na ilha de Paqueta, no Rio de Janeiro
Um novo lote de 100 mil vacinas chega ao estado do RJ
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Conceição Campos, diretora Associação de Moradores de Paquetá (Morena), participa da coleta de sangue

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Antônio Carlos, 74 anos, espera que, com a ação, turistas voltem à ilha, e que o vírus vá embora

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Lúcia Abreu lembra que agora a hora é de vacinar e não de Carnaval em Paquetá

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Início do experimento de vacinação em massa na ilha de Paqueta, no Rio de Janeiro

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Um novo lote de 100 mil vacinas chega ao estado do RJ

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Antônio lembra que, mesmo vacinadas, as pessoas devem continuar seguindo as medidas de proteção, como uso de máscaras e higiene das mãos. “Não pode vacilar. Tem que usar a máscara”, reforçou.

A ação de vacinação em massa faz parte do projeto PaqueTá vacinada, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Fiocruz, que permitirá o monitoramento epidemiológico da região, estudo facilitado pela existência de uma única unidade de saúde na ilha.

Em alguns casos, moradores que não usam o sistema único de saúde precisam fazer o cadastro na Estratégia Saúde da Família. “Fiz o cadastro há 15 dias, mas hoje ainda não estava atualizado. Ainda bem que consegui resolver na hora”, contou James Skea.

O estudo não contempla turistas, parentes de moradores que não residam em Paquetá ou qualquer outro que não tenha a ilha como residência oficial.

Até 31 de maio, foram aplicadas 2.923 doses da vacina contra a Covid-19 pelo calendário do município, sendo 1.853 primeiras doses (D1) e 1.070 segundas doses (D2). Após a vacinação de todos os adultos no dia 20, os moradores seguirão em monitoramento a partir de exame de sangue sorológico, que será repetido enquanto a pesquisa durar.

Carnaval fora de época

Passadas as fases de coleta de sangue e de vacinação com duas doses, um evento-teste deverá ser realizado em Paquetá, iniciando nova etapa do experimento que permitirá analisar o comportamento do vírus após a concentração de pessoas.

O evento, no entanto, causa preocupação entre os residentes de Paquetá, em especial após o anúncio do prefeito Eduardo Paes de que seria feito um Carnaval fora de época na ilha.

“Falar em Carnaval fora de época é duplamente fora de época, ainda mais na fase em que estamos da pesquisa. É uma bobagem isso. É preciso passar as etapas de coleta, de vacinação e da segunda dose. Depois do prazo de segunda dose, podemos discutir evento-teste. É preciso respeitar o tempo de maturação da pesquisa. Ele [o prefeito Eduardo Paes] está colocando o carro na frente dos bois”, avaliou o diretor-geral da Associação de Moradores de Paquetá (Morena), Guto Pires, em entrevista ao Metrópoles.

Lucia Abreu, 63 anos, considera o estudo fantástico e uma vitória a ilha participar dele. “Estamos contribuindo para o entendimento sobre o impacto da vacina. O benefício não é só para ilha, mas para cidade e até para o país. Já recebi as duas doses. Mas não dá pra ter essa história de Carnaval. Esse anúncio do prefeito bateu muito mal. Precisa ser um evento restrito aos moradores”, alertou, completando: “Vacina sim, Carnaval não”.

Questionada sobre a preocupação dos moradores com o Carnaval mencionado por Paes, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o evento-teste só será realizado dentro do prazo indicado por especialistas: 14 dias após toda a população adulta de Paquetá ter recebido a segunda dose da vacina.

Em nota, a pasta acrescentou que o evento-teste ainda está em planejamento e será uma etapa do projeto PaqueTá Vacinada. “Com o avançar do cronograma da pesquisa, o planejamento será devidamente apresentado para a comunidade local”, acrescentou.

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