Moradores de Criciúma relatam horror: “Sentei no chão para me proteger”
Trinta bandidos encapuzados invadiram uma instituição financeira e bloquearam ruas nas proximidades da agência bancária
atualizado
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Após o assalto realizado no cofre da tesouraria regional de um banco em Criciúma, na madrugada desta terça-feira (1º/12), moradores da região relataram ter vivido momentos de terror durante o crime.
O jornalista Rogério Dimas, 57 anos, afirmou que achou que o som dos disparos eram fogos de artifício, ou possíveis resquícios de comemoração das eleições municipais 2020.
“Achei que eram fogos. De repente, vimos que não era só isso, não. Foi desesperador, praticamente duas horas de tiroteio. Eu cheguei a sentar no chão do meu apartamento para me proteger. Nunca vi uma situação dessa”, desabafou.
Já o pintor automotivo Vágner Freitas, que mora próximo ao local da ocorrência, disse nunca ter passado por algo dessa proporção. “Para nós, criciumenses, é um fato histórico, nunca aconteceu isso nessa proporção. Já teve assalto a banco, mas desse tipo deixa a gente bem inseguro”, contou.
O aposentado Gilson Diogo e a família ficaram assustados com o crime. “Faz 28 anos que eu moro aqui na região e nunca ouvi uma coisa dessa. Foi assustador mesmo. Duas horas sem parar e uma correria pra lá e prá cá que não parava. Nós apagamos as luzes, ficamos quietinhos, tudo em silêncio, tudo com medo”, relatou.
Gilson afirma que uma situação dessa pode acontecer de novo, e pede que a população fique em alerta. “O assalto deixou a cidade impactada”, desabafou.
“Apavorante”
Vitor Dela Vedova, 22 anos, foi um dos moradores que ouviu a movimentação, mas que não conseguiu ver nada pela janela de casa. “Foi uma sensação realmente apavorante. Ainda estava acordado e, então, recebi mensagens de uma amigo que mora próximo ao Centro. E comecei a ouvir disparos, eram vários seguidos. Dava para perceber que eram armas de alto calibre pelo barulho”, afirmou.
Outra moradora, que não quis se identificar, ressaltou que os tiros puderam ser ouvidos a quilômetros de distância, em outras regiões da cidade. “Quando ouvi os primeiros tiros, na minha inocência, a achei que eram fogos de Natal”, disse.
“Foram duas horas de terror. A gente viu e ouviu das sacadas o terror que estava acontecendo. Era uma estrutura enorme, carros pretos e armas pesadas. Foi coisa de cinema, mostra uma realidade que nunca aconteceu aqui conosco”, finalizou.
O crime
A ação começou por volta da meia-noite e terminou às 3h da madrugada. Além dos tiros, os suspeitos fizeram barricadas com carros, espalharam explosivos e usaram reféns de escudo para evitar a aproximação dos policiais.
Os bandidos também incendiaram o 9º Batalhão da Polícia Militar e o túnel que liga a cidade à vizinha Tubarão. De acordo com a polícia, ao menos 30 bandidos participaram da ação, mas o número pode chegar a 50.
A soma total do roubo ainda não foi mensurada pelo Banco do Brasil.