Moody’s altera perspectiva da nota de crédito do Brasil para positiva
Índice da agência e classificação de riscos Moody’s serve para sinalizar aos investidores onde é mais seguro aplicar o dinheiro
atualizado
Compartilhar notícia
A Moody’s, agência de classificação de riscos, alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”, mas manteve a nota de crédito em Ba2 — o chamado “grau especulativo”, que indica um risco maior para investimentos internacionais.
O relatório foi publicado nesta quarta-feira (1º/5) no site da agência. Esse índice serve para sinalizar aos investidores onde é mais seguro aplicar o dinheiro.
“A mudança da perspectiva para positiva é sustentada pela avaliação da Moody’s de que um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil. Contudo, existem riscos para a execução por parte do governo da consolidação orçamental contínua”, destaca trecho do relatório.
Em nota, o Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, confirmou a alteração da agência de rating. De acordo com a pasta, essa é “a primeira movimentação da Moody’s desde 2018, quando houve a mudança de perspectiva de negativa para estável”.
“Ocorrendo a efetivação da mudança da nota de crédito, o Brasil estará a um degrau de voltar a possuir grau de investimento, um marco significativo para os indicadores de estabilidade econômica do país”, informa o Tesouro Nacional.
Crescimento real do PIB do Brasil, diz agência
No relatório, a agência avalia que “as perspectivas de crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandemia”. Ainda de acordo com a análise, essa percepção vem ancorada à “implementação de reformas estruturais em múltiplas administrações, bem como pela presença de barreiras de proteção institucionais que reduzem a incerteza em torno da direção política futura”.
A Moody’s espera que o crescimento real do PIB brasileiro fique, em média, próximo aos 2% em 2024 e 2025. Essa projeção segue a mesma linha do que foi traçado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), da Fazenda, que indicou um PIB na casa dos 2,2%, no ano de 2024.
Para a agência, o desempenho econômico do Brasil surpreendeu “positivamente” em 2022 e 2023 devido à “forte produção agrícola, apoiada por uma colheita recorde e pela expansão fiscal”.
A Moody’s ainda prevê um crescimento generalizado nos próximos anos em setores como indústria e serviços.